Santa Catarina alcançou em outubro de 2025 o maior volume exportado para o mês em toda a sua trajetória de registros. Mesmo sob os efeitos da política de “tarifaço” dos Estados Unidos, que ainda restringe parte das vendas catarinenses de produtos de madeira, o Estado registrou crescimento de 5% nas exportações, resultado do avanço da diversificação de mercados e da força do agronegócio. Os dados são do levantamento mensal de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 10/11, e analisados pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc).
De acordo com a Federação, o bom desempenho reflete a capacidade do setor produtivo catarinense de se adaptar rapidamente às mudanças no comércio internacional.“Santa Catarina mostra mais uma vez sua resiliência e competência ao buscar novos mercados quando alguns se fecham. A diversificação de parceiros é uma estratégia inteligente que tem garantido resultados expressivos para a economia catarinense”, destaca Evaldo Niehues Jr, diretor de Relações Internacionais da Facisc.
Agronegócio em alta
Os produtos do agronegócio lideraram o avanço. Mesmo com a queda nas exportações de parte do setor madeireiro em razão das tarifas norte-americanas, a madeira serrada apresentou alta de 28% nas vendas externas no mês. O aumento foi impulsionado especialmente pelos embarques destinados à Índia, Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Espanha.
Na proteína animal, a diversificação de destinos também garantiu resultados recordes. As exportações de carne de aves cresceram, apesar da suspensão temporária dos embarques para a China. Países como Coreia do Sul, África do Sul, Gabão, Moçambique e Reino Unido ampliaram significativamente suas compras. Já a carne suína registrou aumento nas vendas para Canadá, Geórgia, Coreia do Sul, Vietnã e República do Congo, consolidando um novo patamar nas exportações do setor. “O agronegócio catarinense mostra que não depende de um único mercado. Essa diversificação traz segurança e mantém o fluxo de exportações mesmo em períodos de instabilidade global, amparada principalmente pela sanidade da produção e pela qualidade dos produtos catarinenses”, afirma o Diretor de Exportação da AuroraCoo, Dilvo Casagranda, do setor de proteína animal.
Tabaco puxa crescimento
O tabaco não manufaturado foi o destaque absoluto do mês, com crescimento de quatro vezes no valor exportado. As vendas saltaram de US$ 6,4 milhões em outubro de 2024 para US$ 23,4 milhões no mesmo mês deste ano, com forte demanda de Emirados Árabes, Coreia do Sul e Paquistão.
No acumulado do ano até outubro, o Estado ampliou de 29 para 41 o número de países compradores do produto, retomou vendas para destinos como Grécia, Nigéria, Dinamarca e Reino Unido, e conquistou novos mercados, como as Ilhas Maurício. Santa Catarina é hoje o segundo maior produtor e exportador de tabaco do Brasil, responsável por 26% da produção nacional, e exerce papel central na manutenção da liderança mundial brasileira no segmento.
Outros produtos em expansão
As exportações de alimentos para animais também surpreenderam, com alta de 200% em outubro. O crescimento das vendas para Chile e Colômbia, somado à ampliação das exportações para França e Peru, compensou a queda nas remessas destinadas aos Estados Unidos. O volume acumulado do ano — US$ 46,3 milhões até outubro — já representa o maior resultado desde o início dos registros.
Outros segmentos também registraram desempenho positivo. As miudezas comestíveis tiveram aumento das vendas para Filipinas e Costa do Marfim; as lâminas de madeira ampliaram a presença na Malásia; a soja apresentou alta nas exportações para a Tailândia; e os móveis tiveram crescimento nas vendas para Dinamarca, Reino Unido e Argentina.
Santa Catarina no cenário global
Segundo a Facisc, o desempenho catarinense reforça a imagem do Estado como um exportador competitivo, que alia inovação, tecnologia, qualidade e eficiência logística. “Esses resultados mostram que Santa Catarina segue firme no caminho da internacionalização. Nossos empresários estão atentos às oportunidades e preparados para atender às exigências de novos mercados”, conclui Evaldo Niehues Jr.
Com o avanço da diversificação e o fortalecimento dos laços comerciais com países da Ásia, África e Europa, Santa Catarina consolida sua posição como um dos protagonistas do comércio exterior brasileiro, e prova que, mesmo diante de barreiras, inovação e estratégia transformam desafios em recordes.






