A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) manifesta preocupação com a aprovação, pelo Senado do México, do aumento das tarifas de importação aplicadas ao Brasil. A medida, caso confirmada, tem potencial de impactar diretamente cerca de 30% da pauta exportadora catarinense destinada ao mercado mexicano, o que representa ao menos US$ 230 milhões em vendas realizadas no último ano.
A lista final dos produtos afetados ainda não foi divulgada, mas as estimativas decorrem da correlação entre a Ley de los Impuestos Generales de Importación y de Exportación (LIGIE) e as análises recentes conduzidas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O Brasil figura como o país não asiático mais atingido pela medida. Santa Catarina, por sua vez, é o terceiro maior exportador brasileiro ao México, atrás apenas de São Paulo e Paraná, posição que reforça a relevância estratégica desse mercado para a economia catarinense. Setores como autopeças e maquinário, fibras sintéticas, papel, plástico e metal estão entre os mais suscetíveis aos impactos negativos dessa tarifação.
O diretor de Relações Internacionais da Facisc, Evaldo Niehues Jr., alerta que a ausência de negociações ágeis e assertivas pode comprometer avanços expressivos construídos ao longo da última década na relação comercial entre Santa Catarina e México. “O país é hoje o quarto maior comprador de produtos catarinenses e, entre os 30 principais parceiros do Estado. Também foi o terceiro que mais ampliou suas importações de Santa Catarina nos últimos dez anos, um crescimento de 146%”, detalha.
Além disso, Santa Catarina consolidou importantes aberturas de mercado junto ao México em segmentos como carnes suína e de aves, gelatina, MDF, ovos e máquinas agrícolas. Nos setores de maior intensidade tecnológica como maquinários, insumos automotivos, produtos de plástico e papel as exportações catarinenses também avançaram significativamente e estão entre as mais vulneráveis à nova tarifação.
A FACISC já solicitou que as autoridades brasileiras priorizem, com urgência, o diálogo diplomático com o governo mexicano. “Precisamos preservar a competitividade, os empregos e a continuidade das relações comerciais que vêm impulsionando a diversificação e o desenvolvimento econômico de Santa Catarina”.





