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A internacionalização foi uma das pautas debatidas na reunião da diretoria da Associação Empresarial de Criciúma na noite dessa segunda-feira, 30. O incentivo ao comércio exterior é um dos eixos de atuação da entidade para os próximos anos. O objetivo é orientar as empresas a entrarem no comércio internacional, fomentando especialmente o aumento das exportações na Região Carbonífera.
“Importamos mais do que exportamos em Santa Catarina e em Criciúma. Precisamos incentivar a exportação. Nossa região tem muito potencial, têm muitas empresas que não estão exportando e poderiam entrar neste mercado”, destaca o gestor da Open Market Comércio Exterior, Allan Federige.
“Nosso objetivo é incentivar e orientar as empresas a entrarem no comércio exterior, identificando potencialidades, com a missão de promover discussões e movimentos capazes de impulsionar o progresso do Sul catarinense”, enaltece o presidente da Acic, Valcir José Zanette.
Em 2021, o Brasil importou US$ 219 bilhões, já Santa Catarina US$ 24 bilhões e Criciúma US$ 526 milhões. No ranking dos estados que mais importam, Santa Catarina está na segunda posição, com 11,36%. Na primeira colocação está São Paulo, com 30,63%.
“Santa Catarina possui um complexo portuário invejável, de qualidade e eficiência. Estamos muito bem de portos, de tradings, de despachantes e de profissionais competentes. Temos uma inteligência que faz Santa Catarina se diferenciar bastante dos demais estados. Além de benefícios e incentivos fiscais que contribuem bastante para o desenvolvimento do comércio exterior”, ressalta Federige.
Ele aponta que as exportações do Brasil, em 2021, registraram US$ 280 bilhões, o que torna a balança comercial do país positiva. Entretanto, Santa Catarina e o Município de Criciúma registraram déficit comercial no período. O Estado contabilizou US$ 10 bilhões em exportações e Criciúma, US$ 124 milhões.
No ranking dos estados que mais exportam, São Paulo também lidera com 19,25%. Já Santa Catarina fica na oitava posição, com 3,67%. “Precisamos desenvolver a cultura da exportação, mudar o paradigma”, pontua Federige, salientando também a importância das tradings no contexto da internacionalização.
“Muito do que importamos para a região, uma parte do benefício da importação do ICMS é rebatido para o município. Hoje, somos a empresa que mais traz retorno para o município de Criciúma, por fazer operações de comércio exterior mensalmente. Por isso, a importância de usar as tradings locais, investe-se na região”, explica.
Segmento de tintas também é apresentado aos empresários
O setor de tintas também foi abordado na reunião da diretoria nessa segunda-feira. O case da Farben Tintas foi apresentado aos diretores pelo CEO da empresa, Edmilson Zanatta, também diretor da Acic.
Zanatta comparou os números de crescimento e produção da empresa com o cenário nacional. A Farben cresceu 4,5% em 2021, em comparação com o ano anterior, enquanto o setor no âmbito nacional registrou um aumento de 4,4%. Em 2021, foram 72,616 milhões de litros de tinta produzidos nacionalmente na linha moveleira, conforme a Abimóvel – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário. Já na linha repintura e industrial, de acordo com o Boletim de Inteligência Racz e Yamaga, a produção foi, respectivamente, de 93,7 milhões e 60 milhões de litros. As três linhas: moveleira, repintura e industrial totalizam 226,316 milhões de litros de tinta produzidos. Já a Farben totalizou em 2021, 18,145 milhões de litros de tinta, sendo 7,940 milhões de litros na linha moveleira; 6,109 milhões na linha repintura e 4,096 milhões na linha industrial.
Atuação da Farben
Atuando no mercado moveleiro, automotivo, industrial e mobiliário, a Farben possui um parque fabril de 23 mil metros quadrados de área construída, com uma capacidade anual de 54 milhões de litros de tintas, com matriz localizada em Içara.
Possui filiais em Guarulhos (SP), Arapongas (PR) e em Caxias (RS). Ao todo, são 550 funcionários e 110 representantes. Em 2023, a Farben completa 30 anos de atuação. A marca é a segunda empresa mais lembrada no Brasil no setor moveleiro, desde 2013. Está entre as 500 maiores empresas do Sul do Brasil e entre as 100 maiores empresas de Santa Catarina. No mês de fevereiro deste ano, foi a primeira empresa em exportação em Içara. A empresa projeta ainda chegar em 2025 entre as 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil.
Ampliação das exportações
Desde 2003, a companhia está no mercado de exportação e, atualmente, já exporta para mais de 14 países da América do Sul e Central. “Temos a meta de crescer ainda mais na exportação, chegando a 15% do mix de produtos, hoje estamos em 6%”, destaca o CEO da empresa, reforçando que a empresa está muito focada nos resultados, na simplicidade, na relação com os funcionários e clientes, valorização dos relacionamentos, ética, justiça e sustentabilidade.
Zanatta conta que, desde 2018, a empresa criou focos de atuação, direcionando suas ações e planejamentos. “Elencamos a transformação digital, a produtividade e a gestão de risco como faróis até 2022. Esse modelo de atuação nos ajudou muito, especialmente com a chegada da pandemia, uma vez que já estávamos mais preparados para sermos mais digitais”, reforça.