Compartilhe
Na noite de terça-feira, 27/09, aconteceu o Painel de Capitalismo Consciente e ODS, promovido pelo Núcleo de Responsabilidade Social. O evento teve como convidados o executivo de operações com formação em Capitalismo Consciente pelo CBJourney, Vilson J. R. Retcheski, e coordenadora do Comitê ODS de São Bento do Sul e região, Luiza da Silva.
A coordenadora do núcleo, Jarulanes, fez a abertura do evento dando as boas-vindas aos presentes, seguida da mediadora, Ivana Lampe.
O primeiro a contribuir com o tema foi a coordenadora Luiza, a qual iniciou contando um pouco sobre a história do desenvolvimento sustentável, a qual se inicia em 1992, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, com a chamada Agenda 21, um documento assinado por 179 países que objetivava aliar desenvolvimento socioeconômico e preservação ambiental. Desde então, foram realizadas diversas ações significativas sobre o tema, como a Cúpula do Milênio em 2000, na qual foram definidos os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a definição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em 2015, com o tema “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.
Conforme Luiza, a Agenda 2030 pode ser considerada um Planejamento Estratégico para a empresa. Dentro da Agenda 2030 existem os 17 ODS, que vão desde o consumo e produção responsáveis até a erradicação da pobreza. “Podemos considerar os ODS como os objetivos que precisamos alcançar dentro da empresa, como aumentar o faturamento”, disse. Por fim, também existem as 169 metas da Agenda 2030. “As metas são os números reais da empresa, como a necessidade de aumentar o faturamento em 20%”, explicou.
Luiza explicou que a Sustentabilidade possui três dimensões, a ambiental, a social e a econômica. “Quando eu falo de ODS, não estou falando somente de água, terra ou agricultura, estou falando de indústria, inovação e infraestrutura, igualdade de gênero, entre outras”, afirmou.
Ao fim de sua fala, Luiza comentou sobre o Movimento Nacional ODS de Santa Catarina, que visa facilitar incorporação dos ODS no dia a dia das pessoas e na prática das organizações. “Todos podem participar, pois é um plano para governos, empresas e você, pessoa física”, ressaltou. “Muitas vezes ver 17 ODS assusta um pouco, mas podemos escolher um e trabalhar em cima dele. Nós precisamos dar o primeiro passo”, finalizou.
Em seguida, o executivo de operações, Valmir, assumiu a palavra. Conforme ele, “o foco do capitalismo consciente não é mais o lucro, e sim a geração de valor, que por sua vez, acaba gerando mais lucro”. Segundo Valmir, esse modelo de gestão parte do princípio da inclusão e do desenvolvimento de relações colaborativas. “Deixa de se falar no ‘eu’ e passa a se falar no ‘nós’”, afirmou.
Conforme Retcheski, em 2018 o empresário Larry Fink, CEO da Black Rock afirmou que não investiria mais em empresas que não tivessem alguma contribuição positiva para a sociedade. “Foi uma grande mudança de cenário quando o Capitalismo Consciente foi colocado em prática, pois acabou o mundo que é só por lucro”, disse.
De acordo com Valmir, além de ter um propósito bem definido, é necessário desenvolver a cultura da organização para aceitar esse propósito. “Se você desenvolver um planejamento estratégico ótimo, mas a cultura da empresa não estiver alinhada, de nada vai adiantar”, disse. Por esse motivo, as lideranças possuem papel fundamental na implementação do Capitalismo Consciente. “O grande desafio dos líderes atuais é que eles têm o papel fundamental de transformação, de serem transformadores”, afirmou.
Retcheski finalizou com uma reflexão para o público. “Se todas as pessoas do mundo um dia pensarem em fazer apenas o seu certo, esse seria o dia perfeito”, destacou. Conforme ele, o Capitalismo Consciente está diretamente ligado com a Consciência Coletiva. “Não posso fazer todo o bem que o planeta precisa, mas o planeta precisa de todo bem que eu possa fazer de melhor e assim, com certeza, conseguiremos alcançar coisas extraordinárias”, encerrou.