A Facisc reuniu nesta quinta-feira, 24/3, diretores da Federação e presidentes das associações empresariais para falar sobre um tema que movimenta a economia brasileira: o cenário dos portos em Santa Catarina e no Brasil. Segundo o diretor de Infraestrutura da Facisc, Antônio Guimarães, Litinho, falou que a discussão sobre os portos deve ser contínua para ampliar o debate. “A condição portuária é indicativo de crescimento econômico”, ressaltou. “Precisamos estar unidos para buscar o desenvolvimento da nossa infraestrutura e incentivar o crescimento da nossa indústria”.
O engenheiro de Portos e Vias Navegáveis, Marcelo Salles, fez uma ampla explicação sobre o cenário da Infraestrutura Portuária de SC e abriu o debate entre os líderes empresariais presentes. Segundo ele, a estrutura portuária há muito tempo deixou de ser uma área de carga e descarga para ser uma área de mercado para importação e exportação, um mercado que movimenta mais de 4 trilhões de dólares por ano. “Existe uma grande concentração de linhas no Hemisfério Norte e o Hemisfério Sul precisa desenvolver cada vez mais sua estrutura portuária para participar deste mercado”.
Houve em 2021 aumento de quase 5% na movimentação dos portos. Os terminais privados dos portos apresentam 66% do total de cargas movimentadas no Brasil. “Estes dados impactam positivamente no mercado de exportação no Brasil”. Os três maiores portos públicos do Brasil são Santos, Itaguaí e Paranaguá. Em SC ão 10 terminais portuários “Se somarmos todos os terminais movimentamos mais de 65,7 milhões de toneladas. Somos o segundo em movimentação em toneladas de cargas do Brasil”. As características específicas de Santa Catarina precisam ser observadas no Plano Nacional de Portos. Isso impacta nas decisões para obras de infraestrutura como duplicação e melhoria das rodovias.
Tendência
Uma tendência apresentada é a ampliação dos Terminais de Uso Privado (TUP). Atualmente os portos privados já operam o dobro de cargas de portos públicos. Isso se dá após a aprovação da Lei 12815/13. Já existem 13 novos projetos de TUPs em Santa Catarina. Este é um efeito mundial. Isso já vem ocorrendo no mundo todo com concessões de 20 a 50 anos ou mais. Os privados financiam 30% dos investimentos.
O presidente da Facisc, Sérgio Rodrigues Alves, disse que é um apaixonado pelo Brasil e principalmente por Santa Catarina. “Quando falamos em um mercado de 4 trilhões, vemos como precisamos investir em todo o processo. Precisamos estar no Plano de Infraestrutura para poder contemplar nossos portos, para poder estruturar as rodovias, a malha ferroviária e toda a cadeia”.
Voz Única
Falando no tema de infraestrutura, uma das principais demandas do Voz Única, o presidente Sérgio Rodrigues Alves, destacou que o Programa será lançado oficialmente em abril. As bandeiras e pleitos que vão compor a edição do Projeto Voz Única – edição 2022 começaram a ser definidas e refinadas nas reuniões plenárias que estão acontecendo pelo estado. O presidente da Facisc, Sérgio Rodrigues Alves, chamou a atenção para a quarta edição do Voz Única, que contará com novo formato com maior interatividade e engajamento das associações e com um monitoramento após as eleições. “São 16 anos de acompanhamento das reais necessidades de Santa Catarina, vistos pela visão de quem produz, gera emprego e renda no nosso estado”. Com eleitores mais participativos, o presidente destacou que o Voz Única será diferente nesta edição com continuidade pós–urna.
Ferroeste
O presidente da ACIC de Chapecó, Lenoir Brochi, relatou uma série de dados para reforçar a necessidade da Ferroeste, principalmente o canal entre Cascavel e Chapecó. Segundo o presidente, a mesorregião Oeste corresponde a 16,8 % do PIB de Santa Catarina, com uma população estimada de 1,3 milhões de pessoas em 118 municípios. Todos os dados foram utilizados para evidenciar a necessidade da Ferroeste para a região e para o estado. “ Para nós é fundamental que aconteça esta obra para que daqui a 8 ou 10 anos consigamos manter a nossa produtividade”, destacou. Para viabilizar é necessário que se tenha o estudo de viabilidade. É por isso que a Facisc está se mobilizando, junto com outras sete entidades, para conseguir o valor de 750 mil reais para custear o estudo. A Federação ficou responsável por juntar a soma de 100 mil reais, assim como as outras entidades. O valor que coube à Facisc para contribuir para o Projeto foi rateado por 42 associações empresariais do Grande Oeste.
Programa Iniciativa Responsável
Desde 2010 a Facisc realiza o Projeto Inciativa Responsável para dar a destinação do Imposto de Renda para projetos sociais dos municípios. A Federação acaba de firmar uma parceria com o Sescon para incentivar que os empresários possam procurar o seu contador e pedir que se faça esta prática. O diretor de Sustentabilidade da Facisc, Eliandro Pazin, fez um convite para que todos possam fazer a destinação quando fizer a declaração do Importo de Renda. A data para fazer a declaração é até o dia 29/4.
Ainda durante a reunião o diretor de Soluções Empresariais falou sobre os últimos lançamentos da área como a Magic Box, a Faculdade das Soluções, o Dia das Soluções, entre outras ações.
Associativismo
No espaço dedicado a cases do associativismo, Jadilson Sotero, diretor de capacitação da Associação Empresarial de Içara apresentou o case ACII Indica 2022, evento realizado para promover oportunidades de trabalho e divulgar conteúdos para quem pretende se aprimorar na carreira profissional no município. No evento também foram realizadas palestras gratuitas com a abordagem sobre comportamento, performance, criatividade, inovação, liderança, propósito e autodesenvolvimento.
O evento ultrapassou 400 currículos para o preenchimento de 300 vagas disponíveis diretamente com a participação de seis grandes empresas.