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A Associação Empresarial de Brusque (ACIBr) recebeu, na noite desta segunda-feira, 8 de março, em sua reunião de diretoria, o secretário municipal de Saúde, Dr. Osvaldo Quirino de Souza. Respeitando todos os protocolos de saúde e segurança contra a Covid-19, o encontro aconteceu de forma remota e foi presidido pelo vice-presidente da entidade, Marlon Sávio Sassi.
“Nós ficamos felizes e gratos com a presença do secretário, mesmo diante das adversidades trazidas pela pandemia. No entanto, gostaríamos de entender mais sobre a situação atual da doença na cidade e na região, bem como tomar conhecimento sobre o cronograma da vacinação, ainda baixa em Santa Catarina, se considerarmos os demais Estados brasileiros”, explica o vice-presidente da ACIBr, Marlon Sávio Sassi.
O secretário de Saúde agradeceu o convite e passou a explanar sobre a doença. “A situação é grave, por diversos fatores. Um deles é a variante da Covid-19, que é uma cepa bastante agressiva e que já foi detectada em várias regiões do Estado. E, obedecendo a curva epidemiológica, já era esperada esta nova onda no Sul do país. O que observamos é o surgimento de casos e hospitalizações de pessoas mais jovens, entre 21 e 50 anos, sem comorbidades. Também diminuíram os casos de idosos, talvez porque boa parte deles já estejam imunizados pelo nosso plano de vacinação, que iniciou há um mês”, detalha Dr. Osvaldo.
Vacinação
O secretário municipal de Saúde frisa que o percentual de vacinados na cidade chega a 5%, o que é considerado baixo quando se leva em consideração a realidade de outros Estados e de boa parte dos países. Segundo ele, até o final do mês de maio, Santa Catarina deverá receber cerca de três milhões de doses da vacina que, somada aos casos já confirmados e, portanto, com anticorpos contra a doença, deverão garantir a maior parte da imunização entre os catarinenses. “É a única saída que se vislumbra para vencer a pandemia”, garante.
Dr. Osvaldo detalha que todas as pessoas acamadas e asiladas no município já estão protegidas contra a doença. Os profissionais da saúde, no entanto, que englobam áreas como dentistas, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos e acadêmicos que atuam em clínicas e hospitais alcançaram, até o momento, a marca de 55% das vacinações e seguem no aguardo de mais doses enviadas pelo Estado.
As pessoas entre 80 e 90 anos, em sua maior parte, já aguardam a segunda dose da vacina, prevista para o dia 20 de março. A imunização de pessoas entre 75 e 80 anos ocorre esta semana e a expectativa é iniciar uma nova etapa nos próximos dias, para pessoas entre 70 e 75 anos.
“A distribuição das doses no país acontece pelo fator populacional e pela distribuição geográfica da patologia. Mandaram mais vacinas para Manaus, por conta do agravamento da Covid-19 naquela região e, para São Paulo, que concentra a maior população do país. Santa Catarina recebeu doses proporcionais ao número de habitantes. O que pode melhorar a situação é a nova normativa, que permite aos Estados a compra da vacina. Mas, como a demanda é mundial, a oferta é pequena”, analisa Dr. Osvaldo.
Ele compartilhou que, em visita ao Hospital Azambuja na semana passada, o secretário estadual de Saúde, André Motta Ribeiro, informou que o governador tem em caixa R$ 300 milhões para a compra de vacinas. Da mesma forma, o Estado tem mostrado o compromisso com a habilitação de novos leitos de UTI. “Nós estamos atentos e preocupados. Com relação às UTIs a situação ainda é administrável e não precisamos transferir nenhum paciente. As vagas estão esgotadas, mas temos margem de manobra para reativar novos leitos junto ao Pronto Socorro ou no Centro Cirúrgico do Hospital Azambuja. Temos respiradores e área física disponíveis”, esclarece o secretário.
Lockdown
A presidente da ACIBr, Rita Cassia Conti, que acompanhava a reunião de forma remota, questionou o secretário quanto à possibilidade de lockdown, no município e no Estado, sobretudo quando entidades empresariais de Joinville apontaram fechamentos de empresas e escolas como caminho para conter o avanço da Covid-19. “Reforçamos que estamos juntos com o poder público e, inclusive, elogiamos as estratégias adotadas, que nos passam responsabilidade”, disse Rita.
Dr. Osvaldo enfatizou que não há, até o momento, nenhuma possibilidade de lockdown, seja na cidade ou em Santa Catarina, até porque fechamentos do comércio ou indústria não se comprovaram como eficazes na contenção da doença. “O mais importante é a conscientização das pessoas, para que evitem aglomerações e festas. Fechar escolas e o comércio, em curto prazo, não parece ser um desejo do governador ou do prefeito. O vírus veio para ficar e precisaremos conviver com ele. Nosso propósito é ter condições de atender as pessoas e evitar mortes, oferecer assistência, medicamentos e reabilitação”, ressalta.