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Santa Catarina tem a segunda economia mais inovadora do país, de acordo com dados da primeira edição do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), novo estudo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), publicado no começo deste mês. A pesquisa leva em consideração fatores como instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento e tecnologia e economia criativa. Estes pilares são subdivididos em outras 21 dimensões, como crédito, investimentos, educação etc. O estado, que recebeu nota 0,415, só ficou atrás de São Paulo (0,891), seguido por Paraná (0,406), Rio de Janeiro (0,402) e Rio Grande do Sul (0,401). A média nacional é de 0,291.
O ambiente catarinense de inovação transcende, inclusive, as fronteiras do país. São de Santa Catarina cinco das mil cidades listadas como as melhores do mundo no índice global de ecossistema de startups, o Startupblink: Florianópolis, Joinville, Blumenau, Lages e Itajaí.
Conforme análise do Centro de Inteligência e Estratégia da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (CIE/Facisc), fatores como a diversidade produtiva da indústria e o nível de formalidade na economia (a maior do país desde 2018) favorecem o ambiente de negócios no estado, que opera em pleno emprego e dinamismo no mercado de trabalho em 2024. Isso fortalece um dos quesitos do índice, o de instituição.
“A diversidade da nossa indústria catarinense permite não apenas que estejamos destacados neste ranking como em outros, que avaliam produtividade e qualidade”, celebra a presidente interina da Facisc, Rita Cássia Conti.
Ainda neste quesito, o estado é líder nacional no subitem indústrias de “alto crescimento” per capita (as que crescem seu quadro de funcionários ao menos 20% ao ano e mantêm esse crescimento por três anos consecutivos), com 90 indústrias de alto crescimento a cada 1 milhão de habitantes.
O que também destaca a economia catarinense como inovadora no quesito instituição é a segurança pública: Santa Catarina é líder nacional nesta área, no Ranking de Competitividade dos Estados (CLP), além de possuir uma das menores taxas de mortalidade do país.
Startups e empreendedorismo – Apesar de ter apenas a 10ª maior população do país, SC tem a segunda maior quantidade de startups do Brasil (9,4%, atrás somente de São Paulo, que tem 36,3% destas empresas no país). São 165 startups reverberando um ecossistema de inovação, principalmente nos segmentos de tecnologias educacional, financeira, gestão de equipes e de soluções inovadoras para problemas de mercado.
O ambiente de negócios favorável também permite que o estado seja líder nacional em empreendedorismo nos pequenos negócios: 14%, sendo que a média nacional é de 9,8%.
Economia criativa e difusão do conhecimento
Santa Catarina também se destaca na geração e disseminação de inovação na economia, com a maior quantidade per capita de pedidos de propriedade intelectual do país: 1,7 pedidos a cada 1000 habitantes (a média nacional é de 0,85). De janeiro a maio de 2024, foram cerca de 13 mil pedidos de propriedade intelectual, que são pedidos tanto de patentes e marcas, como programas de computador e contratos de tecnologia.
É importante ressaltar, ainda, o nível tecnológico dos produtos catarinenses vendidos para o exterior: 26,4% são intensivos em tecnologia. É um dos maiores percentuais do país e praticamente o dobro da média brasileira (14,2%). Outro ponto positivo é o caráter diversificado nas exportações de alta intensidade tecnológica, concentradas em quatro setores: automotivo, equipamentos elétricos, máquinas e equipamentos e produtos químicos.