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No Brasil, são mais de 30 milhões de mulheres empreendedoras, em um universo de 52 milhões de empreendedores, segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo do mundo, feita em parceria com o Sebrae. Neste dia 8 de março, elas certamente têm muito o que celebrar, mas ainda há um longo caminho a percorrer na busca por igualdade de gênero. Um grupo de mulheres que vem há 25 anos trilhando esse caminho é o Núcleo Mulher Empresária, da Associação Empresarial de Blumenau. “O dia 08 de março é uma data muito importante, porque marca a conquista das mulheres por seus direitos, e homenageia as mulheres que batalharam muito para que alcançássemos o nível em que estamos hoje”, observa a coordenadora do Núcleo, Anelore Tolardo.
Na opinião dela, apesar de poder atuar em todas as profissões, estudar, empreender, frequentar todos os lugares, ainda é necessário educar, incentivar e orientar as meninas para o empreendedorismo. E o papel da família e da escola é fundamental para isso. “A independência financeira é um fator de suma importância para a mulher decidir sobre a sua vida, seu futuro, e poderá levar, inclusive, à redução da violência contra mulheres. Pois, quando dependente financeiramente de seu companheiro, se submete, sem buscar os seus direitos já conquistados”, aponta.
Representatividade
O Núcleo Mulher Empresária da Acib completa 25 anos em 2022. “Cada uma de nós, a seu modo, enfrentou e venceu as dificuldades para se estabelecer, e ser reconhecida no mercado, e cabe a nós incentivarmos mais mulheres a trilharem o caminho do empreendedorismo e do associativismo, para construir uma sociedade mais igualitária”, destaca Anelore. Pensando nisso, o Núcleo lança neste ano um livro virtual com as histórias de empreendedorismo das integrantes. Além disso, a coordenadora lança um convite para as mulheres empreendedoras: “Juntem-se a nós, a fim de contribuir para que outras mulheres também conquistem a vida que pretendem para si através de seu conhecimento e de seu trabalho”.
Trajetória
Anelore Tolardo conta que atuou durante 21 anos como funcionária, iniciando a carreira no RH de uma indústria têxtil de Blumenau, ainda muito jovem. No início da década de 90, com a crise dos têxteis, perdeu o emprego e foi contratada em uma desenvolvedora de software para RH. “Experienciei o outro lado: o da prestação de serviços e não mais de estar à frente do RH em uma empresa. Foi esta empresa e atividade que me estimulou a empreender na área de serviços. Com o conhecimento acumulado e com a minha formação, abri a Nova Era Consultoria e Treinamento em Recursos Humanos em 1997”.
No primeiro ano, Anelore enfrentou a crise de 1998, com a economia ruindo e altos índices de desemprego, mas conseguiu. manter a empresa e não desistiu. “Estamos há 24 anos com nossa atuação voltada para orientar o Departamento Pessoal, Folha de Pagamento e Legislação trabalhista, eSocial, com prática em uso de software para RH” .
Liderança feminina
Conforme o estudo “Women in The Boardroom – Uma Perspectiva Global“, as mulheres estão presentes em somente 16,9% dos assentos de conselhos de grandes empresas no planeta – número que cai para 8,6% no Brasil. “O percentual de mulheres que fazem parte de conselhos de empresas no Brasil é baixíssimo. As mulheres são pouco lembradas para esses cargos. Muitas sofrem limitações, tanto na vida pessoal como profissional”, considera a vice-presidente da Acib e diretora presidente da Ártico Indústria de Refrigeração Ltda, Christiane Schildwachter Buerger.
Na opinião a empresária, o empreendedorismo feminino pode ser uma saída para a independência financeira da mulher. “Para isso, é necessário estimular as meninas desde jovens, mostrar a importância do estudo e incentivá-las”, afirma.
A crescente participação das mulheres no empreendedorismo, porém, pode representar uma esperança de um futuro mais equilibrado quando se trata de igualdade de gêneros. O Núcleo Mulher Empresaria da Acib vem acompanhando essa evolução há 25 anos, com o propósito de trocar experiências, identificar oportunidades e desafios comuns para buscar, conjuntamente, as soluções mais eficientes.