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Discorrer sobre as profissões do futuro e as novas tendências de carreiras e de negócios foi o tema de mais uma edição do “Café de Ideias”, evento organizado pelo Núcleo das Instituições Educacionais, vinculado à Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (ACIBr). O evento ocorreu na tarde desta quarta-feira, 27 de abril, no auditório da Faculdade São Luiz e contou com a palestra virtual do diretor acadêmico da Esic Internacional, Alexandre Weiller.
“O Café de Ideias visa a reflexão sobre algum tema na área educacional e o que ouvimos nesta tarde, com certeza, nos dá pistas sobre o futuro para o qual estamos caminhando, diante da leitura da realidade que vemos, ouvimos e percebemos. É preciso olhar para este novo contexto e compreender o que nos espera. E, principalmente, prepararmos nossos alunos, seja na educação infantil, fundamental, média ou superior”, diz o coordenador do Núcleo de Instituições Educacionais, padre Silvano João da Costa.
Segundo ele, o avanço tecnológico apresentado pela indústria 4.0 e pelos processos de robotização, sobretudo os que envolvem inteligência artificial, devem mudar significativamente as relações de trabalho nas próximas décadas. “Diante disso, não podemos nos acomodar e cruzar os braços. É necessário pensar, refletir, dialogar e se preparar para o novo que já se apresenta para nós, todos os dias”, detalha.
Conforme apontado pelo próprio palestrante, a formação do Núcleo das Instituições Educacionais já está em sintonia com esta nova tendência de mercado, que valoriza o diálogo e a união de ideias para o avanço de um setor.
“A educação tem que ser pensada como um todo e o Núcleo proporciona a unidade de nossas educacionais, preservando a identidade de cada colégio e faculdade, mas com a certeza de que unidos temos mais forças, menos chances de errar e mais possibilidades de acertar, em prol de nossas crianças, jovens e adultos”, enfatiza padre Silvano.
O que vem por aí
O diretor acadêmico da ESIC Internacional, Alexandre Weiller, iniciou sua palestra falando sobre o presente. Segundo ele, nunca houve tantas gerações inseridas no mesmo mercado de trabalho. Neste contexto, Brusque sai na frente, afirmou o palestrante, em referência ao recordista mundial, Walter Orthmann que, na semana passada, comemorou 100 anos de vida e mais de oito décadas de atuação na mesma empresa.
Segundo ele, esta diferença de gerações traz alguns conflitos no ambiente de trabalho mas, quando bem conduzida, pode resultar em aprendizado e inovação.
Sobre o futuro, o palestrante citou também novos modelos já em protótipos e testagem no presente. É o caso de entregas feitas com o uso de drones aéreos ou terrestres – este último, inclusive, já alcançou o mesmo direito de pedestres, nos Estados Unidos.
Lojas sem atendentes e até carros sem motoristas também se revelam nesta onde tecnológica. “Já existem mais de quatro mil carros em testes no mundo para aposentar o ser humano da condição de motorista”, afirmou Alexandre, referenciando empresas como Uber e Volvo.
Os aviões com braços mecânicos também foram citados. De acordo com o palestrante, são bem sucedidas as experiências de decolagem e pouco, com a vantagem de que o mecanismo pode ser adaptado às aeronaves já existentes. “Não há nenhum avião com esta tecnologia ainda, trata-se apenas de protótipo”, informa.
A área da saúde também deve sofrer mudanças nos próximos anos, embora algumas tendências já tenham sido aceleradas pela pandemia. É o caso dos aplicativos de consulta e dos diagnósticos que fazem uso da inteligência artificial. O mesmo ocorre em escritórios de advocacia. “Uma ferramenta já faz em segundos o que antes se levava quase 360 mil horas para fazer. E um destes grandes escritórios nos Estados Unidos tinha três mil funcionários e hoje mantém apenas 60, para ajudar em questões de litígios”, explica.
Para Alexandre, todas as atividades manuais passam pela tendência de deixarem de existir no futuro, devido ao processo de inovação. “O lugar do ser humano neste novo mundo será onde a máquina não alcança. Por isso, as escolas se apresentam como o espaço adequado para discutir este tema, pelo conhecimento acumulado e por seu arcabouço de experiências”, orienta.