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A cerimônia de posse da nova diretoria da FACISC iniciou com a palestra do ex-presidente do Banco Central do Brasil, Gustavo Loyola, que apresentou um panorama das perspectivas da economia brasileira. Doutor em economia, Gustavo Loyola avaliou o cenário internacional: momento de baixa aversão ao risco favorável aos emergentes. “As condições financeiras internacionais estão favorecendo os investimentos. A situação global de liquidez abundante leva os investidores a se tornarem menos avessos a diversificar os investimentos e isso tem favorecido os países emergentes e as moedas dos países emergentes”, declarou.
Eleito “Economista do Ano de 2014” pela Ordem dos Economistas do Brasil, Gustavo começou a palestra realçando a importância das Associações Empresariais tem para que o Brasil possa sair da grande confusão em que se encontra.
Também reconhecido como responsável pela reestruturação do sistema bancário brasileiro, Loyola também analisou o cenário doméstico: perspectivas do governo Temer, chances de aprovação das reformas e eleição de 2018. Ainda deu foco à economia com uma análise sobre a recuperação em andamento, cenários para PIB, emprego, juros, crédito, inflação, vendas no varejo, indústria e câmbio.
O cenário doméstico é influenciado pelo cenário político que traz dificuldades para a agenda política econômica que depende do Congresso. Os episódios políticos prejudicaram, por exemplo, a reforma da previdência. “A economia brasileira saiu da recessão. Entramos num período de crescimento econômico que terá como um dos combustíveis mais fortes os juros baixos. Porém será uma recuperação lenta, pois a crise recessiva foi a pior dos últimos 45 anos. Tanto as empresas, como as famílias, como o governo ficaram fragilizados”, declarou.
Segundo o economista, há uma grande dúvida em relação às eleições de 2018. “Esta será uma das eleições mais difíceis de se prever o resultado”, explicou. E completou: “as chances maiores são de um candidato de centro-direita, que seja mais liberal na questão econômica e que tenha uma agenda incremental de reformas”.
No cenário econômico, Loyola destacou os sinais que mostram que o Brasil já tomou a retomada do crescimento. Segundo o economista os efeitos da política monetária e os juros baixos serão sentidos mais claramente a partir desta segunda metade de ano. “As projeções do PIB tiveram que ser revistas para cima, com a aprovação das reformas estruturais”.
A palestra fez parte da programação do Congresso Empresarial da FACISC que conta com o apoio financeiro da União Europeia por meio do programa de cooperação Al Invest 5.0, gerenciado pela Câmara de Indústria, Comércio, Serviços e Turismo (CAINCO), Santa Cruz, Bolívia, cujo objetivo é promover o desenvolvimento das micro, pequenas e médias empresas em toda a América Latina.