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O comércio em Santa Catarina registrou o maior crescimento no saldo de empregos no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023. Um aumento de 562%, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego e analisados pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc).
O principal determinante para esse resultado foram as contratações no comércio de veículos, peças e acessórios, bem como pela atividade de manutenção nesses produtos, registraram saldo de 2.599. Para o presidente da Facisc, Elson Otto, o maior acesso ao crédito da população em 2024, devido à política de redução da taxa de juros, permitiu que as famílias catarinenses aumentassem o consumo em bens de consumo duráveis.
De janeiro a junho, Santa Catarina registrou 95,4 mil novas vagas na economia. Isso representa um aumento de 54% no saldo de empregos em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo análise realizada pela Facisc, o resultado coloca SC como o quarto estado com o maior saldo de empregos do país. O estado ultrapassa o Rio de Janeiro, em comparação o primeiro semestre de 2023 e fica atrás somente de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. A recuperação da indústria, sobretudo a de bens de capital, a manutenção do elevado nível das vendas de serviços e o crescimento expressivo no comércio foram decisivos para o aquecimento do mercado de trabalho formal no estado.
O comércio atacadista de equipamentos de uso pessoal e doméstico, que incentivou a produção do setor de produtos plásticos, bem como as vendas do atacado de tecido e artigos de cama, mesa e banho, tiveram contribuição na geração de empregos. “Este último aumentou em mais de 10% sua quantidade de empregados em relação ao ano passado. No varejo, destaque para as 646 novas contratações no comércio de artigos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos”, explica a economista da Facisc, Mariana Guedes.
Indústria
A indústria liderou o saldo de vagas no semestre, com 47,1 mil novos postos de trabalho. O setor foi impulsionado, em grande medida, pela recuperação gradual da atividade de construção de edifícios, pela produção de bens de capital e por setores exportadores, como o alimentício, e equipamentos elétricos e de madeira. A construção de edifícios, por exemplo, cresceu mais de 10% seu número de trabalhadores em relação ao ano passado.
A indústria geral catarinense (sem o setor da construção) registrou o segundo maior saldo do país, ficando atrás somente de São Paulo.
Serviços
O setor de serviços registrou o segundo maior saldo da economia, 42,3 mil novas vagas. O maior escoamento da produção industrial catarinense, tanto para os portos catarinenses, como de bens de consumo para o restante do país, incentivou as contratações no setor de transporte, armazenagem e correio, que contrataram 6,2 mil novas vagas, praticamente 1 mil novos postos a mais que no primeiro semestre de 2023.
“O crescimento da indústria, dos serviços e do comércio acima da média nacional e do ano passado permitiu o maior dinamismo no mercado de trabalho formal catarinense”, ressalta Elson Otto.
Com isso, o setor de seleção, agenciamento e locação de mão de obra foi altamente incentivado, registrando saldo de 5,2 mil novas vagas, ante 1,6 mil do primeiro semestre de 2023. “A locação de mão de obra, por exemplo, aumentou em 31% sua quantidade de empregados em relação a junho de 2023.”, exemplifica a economista.