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Na segunda-feira, 28/06, os diretores da Associação Empresarial (Acisbs) realizaram uma reunião extraordinária para abordar o projeto São Bento Mais Saudável e para conversar sobre os protocolos da Covid-19. Para falar dos temas em pauta, a diretoria recebeu Jefferson Galdino, gerente executivo do Sesi e Senai das regiões Planalto Norte e Vale do Itapocu e a médica Sabrina Schwingel, coordenadora da Comissão Multidisciplinar da Secretaria de Saúde no enfrentamento de pandemias – Covid-19.
Jefferson Galdino detalhou aos empresários o projeto e disse que o objetivo é tornar a cidade mais saudável seguindo três pilares: alimentação, movimentação e pertencimento. “A principal meta é tornar São Bento mais saudável, produtiva e longeva para seus moradores. O projeto atua em ações que incentivam a população a mudar seu comportamento, como exemplo, para que tome mais água, faça mais atividade física e leve uma vida menos estressante”, conta o executivo.
O projeto já existe na cidade de Jaraguá do Sul e São Bento é a segunda em Santa Catarina a receber o programa. “Sabemos que a cidade já conta com muitas ações voltadas para a saúde e bem-estar, e o programa vem para dar luz a tudo que já se faz, assim como, potencializar essas ações” comentou. Galdino descreveu que os próximos passos, além de apoio financeiro, são: criar os grupos de trabalho e atribuir funções; criar as redes sociais; gerar conteúdo; desenvolver e articular ações para movimentar o programa na comunidade.
Na sequência, a médica Sabrina Schwingel falou do cenário da Covid-19 e apresentou estudos epidemiológicos, onde a incidência real deve ser de 7 a 10 vezes maior do que os números apresentados em todo o mundo, devido aos casos assintomáticos. A principal forma de transmissão, segundo ela, é por gotículas e secreção respiratória, pela inalação direta ou contato direto com a membrana mucosa. “Hoje, no mundo, aproximadamente 30% são assintomáticos, dos quais 75% tão infecciosos quanto os sintomáticos e responsáveis por 25% das transmissões. Já os sintomáticos leves são 80%, graves 14% (dispneia, hipóxia, comprometimento pulmonar), e o quadro crítico atinge 5% (UTI)” relatou. No Brasil, 10% são assintomáticos, 90% sintomáticos, sendo que 80% leves, 15% moderados/graves e 5% com cuidados intensivos.
Quanto à taxa de letalidade, Sabrina apresentou que no Brasil chega a 2,8% (maior que a mundial que é de 2,1%) em Santa Catarina, uma das menores do país, é de 1,59% e no município 1,52% (até do dia 28/06). Já na letalidade hospitalar, a mundial é de 60%, Brasil 38% (59% UTI) e de São Bento do Sul é de 18% (UTI de 52%, dados dos últimos cinco meses).
Sobre o tratamento, a médica disse que não há um específico para o vírus. “O que a gente faz dentro do hospital é o tratamento da inflamação que ele causa em casos em que o vírus se desenvolve. Até o momento, estudos e ensaios clínicos estão em andamento, alguns já conclusivos, como o da cloroquina e da azitromicina que não tem efeito nenhum. Fora do hospital são tratados os sintomas e o que estamos fortemente disseminando é a educação da população quanto à monitorização da parte respiratória, que é a hipoxemia silenciosa, quando a oxigenação do sangue cai e a pessoa não sente, indicando que o vírus está no pulmão. Só a sensação de falta de ar não dá para confiar” alertou.
Fechando a reunião, os empresários tiraram dúvidas que foram esclarecidas pela médica, principalmente na parte de medicamentação.
Fabiane Pickusch Costa
Jornalista Acisbs
(47) 99255.4358
fabiane@acisbs.org.br