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A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comdef), Liliane Bernardes, participou na noite desta segunda-feira, 18 de março, da reunião de diretoria da Associação Empresarial de Brusque (ACIBr). Ela estava acompanhada pelo auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego de Brusque, Ricardo José Engel, que falou sobre os benefícios da inserção de Pessoas Com Deficiência (PCD) no mercado de trabalho.
“Enquanto agente público de fiscalização, solicito das empresas a comprovação do cumprimento da cota. Então, é importante elucidar sobre como é possível atender ao que estabelece a lei”, afirma o auditor fiscal, Ricardo José Engel.
Segundo ele, o primeiro passo para a inclusão de PCDs no mercado de trabalho é disseminar informação que, por consequência, combate o preconceito. Para Engel, apenas através do conhecimento é possível sensibilizar as pessoas para o tema. “O PCD quer igualdade de oportunidade e não privilégios. Ele só espera que as barreiras para ser inserido socialmente sejam amenizadas. Superado isso, busca apenas igualdade. E a informação é um instrumento eficaz que gera atitudes inclusivas”, pontua o auditor fiscal.
Preconceito
De acordo com Engel, a pessoa com deficiência tem apenas outro modo de ser neste mundo e, exatamente por isso, é capaz de formar uma nova cultura no ambiente de trabalho, de empatia e cooperação. Ela também força empresas e seus colaboradores a pensarem diferente do modo tradicional, já que esta inclusão exigirá adaptação.
“Barreiras existem e estão tanto no ambiente físico quanto na conduta das pessoas. Não adianta apenas deixar o ambiente acessível, é preciso combater o preconceito. Todo o grupo também deve estar preparado para acolher o PDC”, detalha Engel.
O auditor fiscal ressalta que ser uma empresa inclusiva traz vantagens competitivas. O primeiro ganho vem da riqueza das relações humanas, com maior capacidade de recrutar e manter talentos. A prática também melhora a imagem institucional e fideliza clientes que se identificam com empresas que mantêm valores semelhantes aos seus. Por fim, em processos licitatórios, o cumprimento de cotas é critério de desempate.
Inclusão
O diretor da ACIBr, Edemar Fischer, destaca que pessoa com deficiência no mercado de trabalho também demonstra talento e aptidão. O desafio está mesmo em formar um ambiente inclusivo, que evite espaços segregados. “O que faz diferença na nossa empresa é o comitê que foi formado para discutir o assunto. A exclusão que existe na sociedade não pode ser replicada dentro da empresa”, avalia.
Günther Lother Pertschy, também diretor da entidade, compartilhou a experiência da Unifebe, onde uma colaboradora com deficiência listou as áreas que precisavam de acessibilidade. “Mudamos layouts a partir deste olhar de quem vivencia a situação. O grande desafio é conscientizar o colega interno e os próprios docentes que nem sempre estão preparados e fornecem um tratamento diferente”, observa.