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Um encontro que reúne gerações e perpetua tradições. Assim pode ser definido o 6º Festival Nacional da Cuca, realizado neste último final de semana, no Pavilhão da Fenarreco. O evento é uma organização do Núcleo de Panificadoras e Confeitarias da Associação Empresarial de Brusque (ACIBr), em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo.
Entre as novidades deste ano, além do concurso “A cuca nota 10 do Brasil”, foi estabelecida uma nova competição: “A melhor cuca da vovó”. E as crianças que passaram pelo local puderam se divertir, aprender e colocar a mão na massa em uma mini cozinha.
“Avançamos através do planejamento de atrações diferentes. Com isso batemos recorde de público e encerramos o Festival Nacional da Cuca com enorme gratidão. A panificação é isso, o sinônimo de família reunida. Quando conhecemos a base de uma panificadora, vemos filho, esposa, marido, todos trabalhando juntos. E o Festival tem esta proposta familiar. Então envolvemos desde as crianças até as vovós, o que foi um sucesso. A casa está cheia, mesmo com uma final de futebol rolando. Hoje a Seleção Brasileira ficou em segundo plano porque a família de Brusque e da região acreditou no nosso evento”, afirma o diretor da ACIBr e membro do Núcleo de Panificadoras e Confeitarias da entidade, Marlon Sávio Sassi.
Segundo ele, no decorrer da última semana, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) emitiu o parecer favorável para o processo de registro das seguintes marcas: Festival Nacional da Cuca de Brusque; Festival Nacional da Cuca da ACIBr eFenacuca – Festival Nacional da Cuca da ACIBr. Com a medida, a ACIBr passa a ser a detentora exclusiva para o uso dessas marcas, uma conquista importante, que a entidade tem a grata alegria de dividir com todo o município. “Conseguimos patentear esses nomes, o que consideroimportante. Porém, gostaria que todas as cidades tivessem um Festival da Cuca para fazer a alegria do povo. Deveria ser criado um Circuito da Cuca, inclusive. Sei que já existe este festival em cidades como Joinville, Blumenau e Timbó. Sou incentivador deste projeto porque, algo com um valor tão pequeno é capaz de promover uma festa tão grande”, detalha.
Segundo Marlon, as receitas que fizeram parte do concurso estarão disponíveis no site da ACIBr para que as pessoas também se empenhem nesta tentativa gastronômica. Da mesma forma, as nove panificadoras que formaram o Mercado da Cuca estão com suas portas abertas e sempre buscando novas técnicas e processos para aperfeiçoar este doce, herança dos colonizadores alemães.
Os vencedores
Estreante no concurso “A cuca nota 10 do Brasil”, a blumenauense LeoniceFritzke trouxe para o 6º Festival Nacional da Cuca uma receita própria, que misturava maçã e castanha. A combinação deu certo e ela alcançou o primeiro lugar da disputa.
“Só cozinho em casa para a família. Mas, quando soube do concurso, decidi tentar. Escolhi a receita imaginando que a maioria das pessoasgosta de maçã. Estou feliz e não esperava este resultado. Ano que vem estarei aqui tentando de novo”, garante Leonice, que quase não encontrava palavras para descrever tamanha emoção.
O segundo lugar ficou com Vicent Ramon Ponick, de Joinville, que apresentou uma cuca refrescante, de abacaxi com hortelã. E, na terceira colocação, estava Simone Sueli Beck Hertel, também de Joinville, e sua deliciosa criação: uma cuca de pêra, maçã e especiarias.
Já no concurso “A cuca da vovó”, que reuniu integrantes dos clubes de terceira idade de Brusque e região, a vencedora foi a guabirubense Rosane Mannrich, que ofereceu uma cuca de coco. Na segunda colocação ficou a brusquense Lourdes Fischer de Oliveira, que apostou na clássica combinação de banana, farofa e nata. Por fim, em terceiro lugar, também de Brusque, ficou Maria José Serra, com sua saborosa produção de uma cuca tradicional de banana.
Avaliação
Para o diretor de Turismo da Prefeitura de Brusque, Sidnei Dematé, o evento foi finalizado com sucesso porque registrou um aumento de 30% em participação. Segundo ele, cerca de 20 mil pessoas passaram pelo Pavilhão da Fenarreco durante os três dias de realização.
“O Pavilhão permaneceu lotado. No Mercado da Cuca a meta era vender tudo o que foi produzido. As seis mil embalagens personalizadas do evento se esgotaram e algumas panificadoras precisaram usar suas embalagens próprias. No Café Colonial foi registrado 30% a mais no volume de vendas. As equipes do artesanato também estavam satisfeitas, assim como o número de inscrições para os concursos superou a expectativa”, observa Dematé.
Presença VIP
O premiado chef de cozinha e apresentador do programa “Fábrica de Casamentos”, transmitido pelo SBT, Carlos Bertolazzi, foi a presença vip do 6º Festival Nacional da Cuca e chegou ao Pavilhão da Fenarreco acompanhado pelo empresário Luciano Hang.
Bastante acessível, Bertolazzi participou da solenidade de premiação do concurso “A cuca nota 10 do Brasil” e também atendeu aos fãs com fotos e autógrafos. “Amo cuca, sou suspeito para falar. Quando me convidaram para o evento, não tive dúvidas em aceitar porque sabia que, além de ver, iria ter a oportunidade de comer”, disse o apresentador.
O chef garante que nunca se arriscou na produção de uma cuca e tem quase certeza de que os moradores de Brusque e da região são mais capacitados na elaboração desta receita. “Este evento precisa existir para estimular que as pessoas se inscrevam, participem e não deixem esta cultura morrer”, comenta.
Cuca social
Quem passou pelo 6º Festival Nacional da Cuca teve a oportunidade de contribuir com uma causa beneficente, através de um leilão solidário em prol da Fundação Vida, que acolhe dependentes químicos em busca de recuperação.
Neste leilão especial não vencia apenas o maior valor oferecido. Todo e qualquer lance já era retido como forma de doação. As propostas iniciaram em R$ 102, sendo que a maior oferta foi de R$ 1 mil pela Cuca nota 10 do Brasil.
“A gente tem condições de colocar em tudo que faz um destino social. Por isso somos parceiros da Fundação Vida, que visita os moradores de rua, conversa, oferece tratamento. Depois continua o acompanhamento, inclusive na integração à sociedade através do emprego. Projetos desta natureza não devem mendigar por apoio. Eles precisam ser valorizados. Precisam ter a oportunidade de pensar em outras coisas e não na falta de recursos”, afirma Marlon.