A Associação Comercial e Empresarial de Barracão, Dionísio Cerqueira e Bom Jesus do Sul – Ascoagrin, realizou uma reunião, na última terça-feira (14), para tratar sobre segurança pública na tri fronteira.
O encontro teve a presença do presidente da Associação, Carlos Vanderley Porfírio; diretores da entidade; empresários; o prefeito de Dionísio Cerqueira, Thyago Gnoatto Gonçalves; do vice-prefeito de Barracão, Erondi Faé, que representou o prefeito Marco Aurélio Zandoná, em viagem à Curitiba; dos comandantes da Polícia Militar, de Dionísio Cerqueira, tenente Deiber Haefliger, e de Barracão, sub-tenente Rafaelli; do secretário de Indústria e Comércio de Bom Jesus do Sul, Adair da Rosa; e do vereador de Dionísio Cerqueira, Valdecir Schimaia.
Os empresários argentinos, que vieram conhecer a Ascoagrin, Luis Franco e a filha Priscila Franco, diretores proprietários do Hotel LF, em Barracão e Hotel Franco, em Dionísio Cerqueira, também participaram da reunião.
O tenente Deiber e o sub-tenente Rafaelli, explanaram o panorama da segurança na tri fronteira, em todas as suas peculiaridades, as ações das polícias, a deficiências que as guarnições enfrentam, tanto de efetivo quanto de estrutura e financeira, o aumento da criminalidade, principalmente os furtos e tráfico de drogas, a periodicidade dos diferentes tipos de crime, além de citar exemplos de casos de pessoas presas várias vezes, mas que por força da lei, logo depois estão na rua novamente, entre outros aspectos técnicos e operacionais que envolvem a segurança.
Eles destacaram a importância das ações integradas e das parcerias com os poderes públicos e entidades privadas, como a Ascoagrin, clubes de serviço e outros, para buscar soluções urgentes de enfrentamento, repressão e prevenção.
Algumas propostas foram discutidas e encaminhadas, entre elas a criação de um fundo, que com contribuições espontâneas da sociedade, para suprir deficiências hoje enfrentadas, bem como a criação, através do Consórcio intermunicipal da Fronteira – CIF, de um conselho de segurança e ações preventivas como as chamadas “Vizinhança Solidária” e “Comércio Solidário”.
Carlos Porfírio destacou que a segurança pública na tri fronteira é, hoje, uma questão latente e uma grande preocupação de toda a sociedade, e a Ascoagrin, que não tem a incumbência de resolver a situação, mas é parceira de todas as iniciativas viáveis e positivas, está propondo esse debate e a busca por soluções que aumentem a segurança nos municípios da tri fronteira.
“Vamos definir meios e formas de como a classe empresarial pode atuar, em parceria com as forças de segurança e com o poder público. O tenente Deiber nos trouxe informações importantes, dados que nós não tínhamos e não imaginávamos, sobre o panorama da segurança na tri fronteira. Colocamos o Núcleo Jurídico à disposição e vamos amadurecer e definir essas propostas, sem perder muito tempo, para por em prática ações que promovam mais segurança na nossa tri fronteira”.
Erondi Faé enalteceu a iniciativa e destacou que, a partir do momento em que a comunidade e os empresários efetivamente se envolverem, juntamente com o poder público e as forças de segurança, as soluções aparecem.
“Nós, através do CIF, temos muita força para, além destas propostas, reivindicar juntos às secretarias de Segurança Pública do Paraná e de Santa Catarina. E com o engajamento dos empresários e da própria comunidade, podemos fazer com que a segurança pública na tri fronteira melhore, e muito”.
Deiber Haefliger ressaltou que sua meta, desde que assumiu o comando da corporação, era interagir e se integrar com a sociedade.
“As alternativas propostas são fundamentais para superar os problemas enfrentados e promover a segurança na tri fronteira. A criação de um fundo é benéfico, não apenas para uso nas ações de segurança, mas também pela Defesa Civil, por exemplo, ou mesmo para adquirir tecnologias que incrementam a segurança, uma vez que, por estarmos longe dos grandes centros, elas não chegam aqui”.
Deiber também destacou a importância das ações preventivas, orientando os empresários, por exemplo, sobre atitudes e comportamento que favorecem ações de delinquentes e que podem, facilmente ser evitados.
Outro problema citado por ele é a grande reincidência das mesmas pessoas que sempre cometem os mesmos crimes.
“Praticamente 2% da população é responsável por 98% dos crimes que acontecem e essas pessoas são presas mas logo estão novamente nas ruas. Precisamos encontrar soluções comuns e quanto mais integrada estiver a sociedade civil e as forças de segurança, melhores serão os resultados para toda a sociedade”.
Thyago Gnoatto Gonçalves enalteceu a Ascoagrin por levantar essa questão e propor esse debate, que hoje é uma grande preocupação de toda a comunidade.
“A solução para este problema passa pelas entidades, pelo poder público, pela sociedade e pelas forças de segurança. Precisamos atuar forte na repressão e na prevenção, desenvolvendo políticas públicas que contemplem essas pessoas que hoje estão ingressando na marginalidade. Precisamos atuar junto ao governo do estado, para aumentar o efetivo e a estrutura, pois o que também inibe a criminalidade são as polícias na rua, o policiamento ostensivo. A população aumentou e o efetivo policial diminuiu e assim fica difícil atender as demandas”.
O sub tenente Rafaelli destacou ser fundamental a união da sociedade e seus segmentos representativos, com as forças de segurança e o poder público, no enfrentamento da criminalidade.
“Hoje enfrentamos problemas de logística e de manutenção, por exemplo, e o engajamento da sociedade é fundamental. A possível criação de um fundo, que permita investimentos na segurança pública da tri fronteira, é preponderante e necessário para o enfrentamento da delinquência e para que possamos ter a tri fronteira mais segura”.
Fonte e foto: Luiz Carlos Gnoatto