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Atenta ao movimento migratório, especialmente de venezuelanos e a preocupação da sociedade, a Associação Empresarial e Cultural de São Lourenço do Oeste (Acislo) realizou, na quinta-feira (10), uma reunião com representantes do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e da Secretaria de Assistência Social do município. A conversa serviu para que a entidade entendesse a situação e, em conjunto com os órgãos de governo, construísse estratégias para mitigar eventuais problemas sociais.
Deni Luciano Boito, presidente da associação, adianta que a Acislo não é contra a chegada de famílias de outros países – até mesmo por que o município foi colonizado por imigrantes –, mas explica que há uma preocupação em relação a questões sociais como moradia, documentação e ocupação desse público. “Buscamos entender quem são essas pessoas, se estão e onde estão trabalhando e qual a profissão delas”. Segundo ele, o objetivo é auxiliar e encaminhar esse público ao mercado de trabalho. “A informação é que há em torno de 55 famílias de venezuelanos no município. Destas, 40 foram visitadas e em todas pelo menos um membro da família já está trabalhando. Nas outras 15 ainda falta o contato. Pelo relato, a maior dificuldade é nos casos em que essas pessoas chegam sem nenhum documento”, compartilha.
Com as informações, ficou acordado que a Acislo irá disponibilizará o link de acesso ao banco de currículos para que a Assistência Social, no momento da triagem, já faça o cadastro dessas pessoas. A ideia é que os empresários, associados à entidade, tenham acesso e possam fazer as contratações de acordo com as demandas. “A gente faz isso, pois muitas empresas precisam contratar. É uma forma de colaborar e garantir igualdade de condições com os munícipes que também buscam oportunidades no mercado de trabalho”, justifica o presidente. Ele lembra que a associação não compactua com o assistencialismo por assistencialismo. “Concordamos com um auxilio inicial para que a pessoal possa entrar no mercado de trabalho e andar com as suas próprias pernas”, resume.
Paralelo a essa parceria com a Assistência Social, a Acislo também trabalha em conjunto com o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) para que sejam oferecidos cursos na área de idiomas – língua portuguesa. A ideia é que os imigrantes consigam se inserir e entender a cultura do município.
Boito acredita que essa interação vai garantir bons resultados. Ele defende a manutenção desse relacionamento e sugere o esforço conjunto para que sejam identificados, caso existam, os intermediadores desses imigrantes. “Precisamos identificar como estão vindo, se tem alguém intermediando isso e cuidar essa abertura, pois tudo tem um limite. Até que há vagas no mercado de trabalho, tranquilo. Mas se a vinda das famílias for irregular, sem documentos, ninguém vai contratar. Aí se torna um problema social”, alerta.