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A assinatura da ordem de serviço para a construção do viaduto sobre a BR-280, no ponto de ligação da rodovia em direção a Massaranduba, na quinta-feira (25) representa um passo importante para a melhoria da mobilidade na região, mas esta é apenas a largada de uma solução que precisa ser completa para atender às demandas de infraestrutura no Vale do Itapocu.
O entendimento é do ex-presidente e atual membro do Conselho Superior da ACIJS, Vicente Donini, que representou a entidade nos eventos organizados pelo Governo do Estado na região. “É importante considerar que este é um investimento relevante, mas ressaltar sempre que ele faz parte de um projeto maior que precisa contemplar outros investimentos, dentre eles a duplicação do trecho urbano entre Guaramirim e Jaraguá do Sul”, destacou Donini.
O empresário avalia que a presença do governador e do secretário de Infraestrutura Luiz Fernando Vampiro à região demonstra a sensibilidade do Governo do Estado quanto às demandas regionais, mas reiterou que sem infraestrutura o desenvolvimento econômico não acontece.
“Fundamentalmente, o desenvolvimento de uma região decorre dos investimentos em energia, na mobilidade urbana e na existência de vias estruturantes para a entrada de matéria prima e no escoamento da produção. É isto que faz a economia movimentar e consequentemente traz emprego e renda”.
Vicente Donini lembrou o compromisso histórico da classe empresarial com a questão da infraestrutura. No processo de construção do sistema viário na região, disse, a ACIJS se mobilizou para que o traçado da BR-280 na ligação com a BR-101, que até então era de terra, fosse asfaltado, e depois com a pavimentação da Rodovia do Arroz, além de estar envolvida na defesa de muitos outros projetos que estimulem o desenvolvimento regional.
“Se o viaduto não é uma solução por inteiro, representa um alento, o que significa dizer que a comunidade precisa manter esta disposição por mais atenção à região, para que se resolva questões como a segunda ponte sobre o rio Itapocu e o contorno ferroviário, obras urgentes para que a duplicação do trecho urbano realmente aconteça”.
O trecho urbano da BR-280, pondera, representa um investimento baixo quando se compara com a potencialidade econômica da região e quando se confronta com o volume arrecadado pelos governos estadual e federal em tributos.
“Devemos a acreditar que este é um passo importante para que a duplicação do trecho urbano se concretize. Mas é uma pena que para o restante da obra de duplicação da BR-280 nos dois trechos em execução o orçamento da União reserve para este ano apenas R$ 30 milhões, o que representa para cada trecho pouco mais de três meses de serviços das empresas contratadas. Ou seja, não temos nenhuma perspectiva de que as obras continuem até o final do ano, o que é lamentável porque isto traz enormes dificuldades não só para que a região cresça, mas pelo impacto na economia brasileira. É um quadro nacional porque quando não há infraestrutura o País perde muito economicamente”.
O empresário destacou ainda o trabalho de mobilização e o compromisso que representantes políticos da região devem manter na defesa dos pleitos regionais. “A comunidade deve continuar lembrando o governo das suas responsabilidades com a região. Não podemos diminuir este sentimento do quanto a região merece esta atenção, porque se não reclamarmos consistentemente e de maneira contínua seremos esquecidos, porque há muitas demandas no Estado e é preciso fazer valer a nossa força econômica. É fundamental continuarmos mobilizados e contarmos com o apoio dos nossos representantes políticos”, afirma.
Neste sentido, Donini lembra que existem outras reivindicações para a melhoria das vias estruturantes, já encaminhadas ao Governo do Estado. Além do trecho urbano da BR-280, aponta a ligação da SC-108 (Rodovia do Arroz) com a Estrada Figueirinha, no entroncamento de Guaramirim em direção a Massaranduba e Blumenau, com cerca de 9 quilômetros, e a implantação de dois anéis viários por fora da BR-280 na altura da interseção no bairro Nereu Ramos e outro em trecho de 10,5 quilômetros partindo da região de Rio Cêrro II até se encontrar com a rodovia federal.