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O setor têxtil está entre os maiores empregadores da indústria. São 1,5 milhão de postos de trabalho diretos e outros 8 milhões de indiretos gerados ao longo da sua cadeia, de acordo com dados do Sindicato das Indústrias. E as contratações só não são maiores porque oferecer emprego no Brasil custa caro. As regras e os impostos para o setor mudam constantemente e refletem de forma negativa, que, assim como em algumas regiões do Brasil e de Santa Catarina, também é um dos maiores geradores de emprego e renda no Alto Vale.
Em Presidente Getúlio, mais de 200 empresas do segmento contribuem com a economia local. A forte presença do setor e a importância que ele tem para o município tem gerado preocupação para a Associação Empresarial de Presidente Getúlio (ACIPG). Isso porque está em andamento uma mudança de tributação no Imposto sobre Serviços (ISS) para facções, de Indústria para serviço.
De acordo com o presidente da ACIPG, Vitor Paulo Bogo, a cobrança é indevida e inconstitucional. “Querem tributar a atividade de facção como serviço e não como indústria. Isso representará para nossas empresas têxteis um aumento excessivo nesse imposto, a carga tributária dobrará. E, isso, acarretará uma série de problemas dentro e fora das empresas”, explica o presidente.
Segundo ele, a entrada da nova tributação poderá inviabilizar e até levar ao fechamento de empresas do setor. Haverá diminuição na movimentação financeira. Fatores que geram grande impacto na economia do município.
ACIPG contra a tributação
Em apoio aos empresários getulienses, a ACIPG tem movimentado toda a classe junto ao poder público para derrubar a mudança da tributação.
As considerações foram levadas ao conhecimento do prefeito e Câmara de Vereadores e, na sessão desta segunda-feira, 25 de setembro, e o projeto de Lei Complementar Municipal foi retirado da pauta de votação. “O assunto foi adiado para que o governo avalie novamente essa tributação. Com isso, conseguimos a não aprovação em âmbito municipal e nossa cidade segue sem essa mudança negativa. Com estas ações de mobilização por parte das federações, políticos e empresários, esperamos que o governo federal se posicione no sentido de dar solução a esta questão em manter a tributação do setor de facções como industrialização. Seremos comunicados das decisões do governo e, então, assim poder fazer a adequação da Lei municipal onde esta não altere a tributação do setor têxtil. E também conforme o resultado destas ações, estaremos sempre luta contra a mudança da tributação”, ressalta.
Segundo Vitor, a ACIPG está unida ao poder público em prol dos empresários têxteis do município. Uma moção, aprovada por unanimidade pelos vereadores, já foi enviada aos deputados estaduais e, posteriormente, para Brasília. A iniciativa quer impedir o retrocesso.
O movimento está sendo realizado pela ACIPG e demais Associações Empresariais (ACIs) do Alto Vale através Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina, a Facisc. Para a Federação é de extrema relevância que as ACIs interessadas componham o polo ativo desta ação, tomando frente e contando com o apoio da entidade mãe.
O movimento é importante não somente para a cidade, mas para todos os municípios vizinhos que também tem o setor têxtil como complemento as atividades econômicas. “Nossa luta é pelos empresários. Sabemos o quão dificultoso é sobreviver aos altos impostos e não podemos aceitar de forma passiva. Queremos ser a voz dos nossos associados e, junto com eles, encontrar soluções que promovam o fortalecimento do setor e crescimento do nosso município”, finaliza Bogo.
**Foto da sessão do dia 25 de setembro