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Dois sócios que trabalhavam com carvão e coque perceberam a necessidade de produzir tijolos refratários, materiais regularmente usados na produção de coque. Assim, começaram a produção de tijolos refratários em 1996, dando início a uma história de sucesso na indústria cerâmica.
Ao entrar no mercado, identificaram também a demanda por revestimentos para fachadas, fundando em 1998 a Gabriella Revestimentos Cerâmicos, que iniciou a produção desses materiais no ano seguinte. Em 2003, a gestão e a operação comercial das duas empresas foram unificadas. Ao longo dos últimos 20 anos, o portfólio foi adequado às novas exigências do mercado, buscando sinergia entre os produtos.
A trajetória da Gabriella Revestimentos Cerâmicos foi apresentada à diretoria da Associação Empresarial de Criciúma (Acic) na reunião desta semana. A explanação ficou a cargo de André Luciano Zanette, diretor de produção da empresa e diretor da Acic.
“Na construção civil, o refratário é a linha mais próxima dos revestimentos cerâmicos. Atua fortemente na parte de churrasqueiras, lareiras, fornos de pizza, uma gama bastante grande envolvendo proteção térmica. Também tem um uso amplo no setor de metalurgia e na agroindústria”, expôs Zanette.
“O mercado dos revestimentos cerâmicos é bastante amplo, mas estamos focando em nichos específicos. Nossas três principais linhas são os revestimentos decorativos, os pequenos formatos e os projetos personalizados”, acrescentou.
Comportamento do mercado
Zanette ainda observou que, nos últimos cinco anos, houve uma movimentação atípica do mercado, impactado sobretudo pela pandemia de coronavírus. “O crescimento da construção civil refletiu também sobre os revestimentos cerâmicos. Em 2019 e 2020 houve um crescimento muito grande; em 2021, apesar de um crescimento maior, houve um aumento enorme nos custos. Já em 2022, houve uma estagnação no mercado”, apontou.
Os produtos são comercializados dentro e fora do país. Entre os principais compradores no mercado externo estão os Estados Unidos, mas desde 2020 a Argentina apresentou um crescimento expressivo. “Há um receio em relação ao mercado argentino, pois é muito regulado”, comentou Zanette.
Desafios e oportunidades
O executivo também abordou os desafios enfrentados pelas indústrias cerâmicas, como a alta competitividade do mercado e a entrada de novas soluções concorrentes. Por outro lado, listou oportunidades, a partir de investimentos para ampliar a capacidade produtiva; automatização; revisão de portfólio; aumento da eficiência de fábrica e a abertura de novos mercados.
“Para a Acic, é sempre importante ter um panorama de diferentes segmentos, a partir das experiências e vivências dos associados. Dessa forma, a entidade pode desenvolver ações para apoiar esses negócios e pensar de forma conjunta em soluções para os gargalos que se apresentam”, avalia o presidente da Acic, Valcir José Zanette.