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Questões indígena e urbana dominaram o debate na audiência
Um dos projetos mais aguardados pelo setor produtivo catarinense, a Ferrovia Litorânea foi discutida na tarde dessa quinta-feira (17/9) durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa, em Florianópolis. O Deputado Estadual Vicente Caropreso propôs a audiência para trazer o assunto à tona e mobilizar a sociedade no debate para que a ferrovia saia do papel.
A questão indígena do Morro dos Cavalos, na Grande Florianópolis, e a passagem dos trilhos da Ferrovia Litorânea por áreas densamente povoadas foram os principais temas discutidos durante a audiência, para tratar do projeto de construção da ferrovia que vai interligar os portos catarinenses. O encontro foi promovido pela Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia, com participação da Frente Parlamentar Catarinense pelas Ferrovias.
Representando a Facisc no encontro, o presidente em exercício, André Gaidzinski, destacou que a ferrovia tem uma importância muito relevante para a economia catarinense por ser mais um modal de ligação com portos, rodovias e outras ferrovias do país. “Um dos principais entraves do projeto está no Morro dos Cavalos, numa área indígena demarcada, o chamado componente indígena que a Funai pede estudo de impacto e que deverá gerar despesas extras, que nem o governo nem a iniciativa privada querem assumir”, declarou Gaidzinski.
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a obra, que começou a ser planejada em 2001, ligará a ferrovia Tereza Cristina, em Imbituba, até Araquari, nas proximidades do porto de São Francisco do Sul, com uma extensão de 245 quilômetros. O custo estimado da obra é de aproximadamente R$ 4 bilhões. O custo inicial de construção foi estimado em R$ 2,4 bilhões, com prazo de conclusão em seis anos e é esperado o retorno do investimento em 12 anos.
Além de André, outros representantes do Sistema Facisc também participaram do encontro, como o empresário e vice-presidente da Federação na regional Sul, Carlos Becker Fornazza, o vice-presidente do setor de prestação de serviços, Joi Luiz Daniel, e os presidentes das ACIs de Orleans, Ubirajara Francisco Machado Pickler, e de Criciúma, César Smielevski.