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Paulo Luiz Mattos se posiciona contra as medidas anunciadas pelo governo e diz que é descabido e inoportuno exigir mais sacrifícios da população
O presidente da ACIJS – Associação Empresarial de Jaraguá do Sul, Paulo Luiz Mattos, se posicionou firme na plenária semanal da entidade, nesta segunda-feira, contra as medidas anunciadas pelo governo federal para o ajuste fiscal.
O empresário disse que o pacote de medidas proposto ao Congresso é perverso para a sociedade, segundo ele já exaurida na sua capacidade de sacrifícios.
“Não há como se aumentar ainda mais a carga tributária, a sociedade está desestimulada para aceitar mais imposições porque não vê medidas efetivas do governo para reduzir os seus custos. Esta é uma conta que não nos cabe”, afirmou ao anunciar que a ACIJS se posiciona ao lado de entidades que representam o setor produtivo, como a Confederação Nacional da Indústria, Federação das Indústrias, Federação das Associações Empresariais e Federação do Comércio, entre outras, para buscar apoio da Bancada Parlamentar de Santa Catarina contra a aprovação de medidas que fazem parte da proposta encaminhada pelo governo.
Dentre as medidas que trazem maior impacto, ressalta Paulo Luiz Mattos, está o que considera abusiva, a recriação da CPMF, e apropriação de recursos do Sistema S. “Não é correto, não é justo e nem apropriado. É fora de propósito o governo exigir mais sacrifícios da população fazendo ressurgir um imposto que já existiu e não cumpriu sua função”, disse se referindo à contribuição por movimentação financeira.
Quanto à redução de recursos utilizados por entidades como Senai, Sesi, Sesc e outras do chamado Sistema S, principalmente na área da qualificação de trabalhadores, disse que a medida traz enorme prejuízo para a busca de melhor eficiência do setor produtivo.
“Os recursos aplicados pelas entidades do Sistema S possibilitam formação educacional e atendimento social a trabalhadores, melhorando a sua condição de vida e contribuindo para que o país seja mais competitivo. É um modelo eficiente, é disto que precisamos, de investimentos em nossas empresas, para que elas se tornem melhores porque é com inovação, mais qualidade e produção que estaremos gerando empregos e distribuindo riquezas para as pessoas terem uma vida melhor”, pondera o presidente da ACIJS.
Paulo Luiz Mattos completa lembrando que outras nações optaram pelo estímulo à produção como forma de resolver seus problemas. “Nos anos 2008 e 2009 os Estados Unidos enfrentaram as dificuldades na sua economia fazendo pesados investimentos em infraestrutura justamente para movimentar o país com obras que geram negócios internos. O Brasil faz o contrário, enquanto nos EUA os juros foram baixados a 0,25% ao ano aqui foram para 14,25%. É algo inconcebível se pensarmos que nossa carga tributária representa 37% do PIB, ou seja, de todas as riquezas geradas no país. É fora de propósito que a crise penalize ainda mais quem sempre fez a sua parte, que a população seja chamada a contribuir enquanto se assiste a escândalos que consomem bilhões de reais que foram desviados de suas finalidades. O governo anuncia a CPMF e diz que a sociedade está disposta a pagar mais um pouquinho, mas o que quer é levar estes recursos para caminhos duvidosos, para cobrir rombos que não foram cometidos pela população, e isto não está correto”.
Fonte: ACIJS