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A Associação Empresarial de São Miguel do Oeste (Acismo) fechou com sucesso a 10ª edição do Café com Empresários. O evento foi na noite desta terça-feira (26) no Clube Comercial e iniciou com o tradicional coquetel.
O ponto alto do evento foi a palestra com o presidente da Associação Chapecoense de Futebol, Sandro Luiz Pallaoro, que apresentou o case de sucesso na gestão e planejamento do Clube. A conversa descontraída e bem humorada de Pallaoro agradou o público, formando principalmente por empresários, colaboradores e universitários. Ele ainda respondeu questionamentos dos convidados, alguns deles relacionados a influência da atual crise econômica e política no futebol. Após a palestra, o presidente da Chapecoense sorteou quatro camisetas do Clube.
Pelo menos 280 pessoas participaram do evento. Conforme o presidente da Acismo, César Signor, o Café com Empresários visa ampliar e proporcionar conhecimento aos associados nas mais diversas áreas. “Procuramos fazer duas edições no ano e esta, que é primeira de 2016, sem dúvida tem uma palestra de renome, com o presidente da Chapecoense, que é um empresário de muito sucesso. Ele não falou de futebol, mas de como é a gestão da empresa Chapecoense. É um evento que marca o início do novo conselho. Essas oportunidades serão mais frequentes”, enfatizou.
O sucesso da Chape
Pallaoro é natural de Pato Branco e foi atleta até os 24 anos. Com a mudança para Chapecó, na década de 1990, passou a participar de forma voluntária da Chapecoense, chegando à diretoria do Clube em 2009, firmando marcos na gestão e planejamento de uma das revelações do futebol nacional. “Era um clube fora de série e que chegou a Série A do Campeonato Brasileiro”, resumiu na palestra.
Em 2016, a Chapecoense completa 43 anos de fundação e tem como metas a conquista da quinta estrela do Campeonato Catarinense (a decisão começa no próximo domingo), além da permanência na Série A e chegar à terceira fase da Copa do Brasil.
A história, hoje de sucesso da Chapecoense, é dividida em duas etapas, segundo Pallaoro. Até 2005, como um clube do interior, com dois campeonatos estaduais no currículo. Após, o recomeço, quando o clube chegou à possibilidade cruel de ser fechado. “Na época, um grupo de empresários se envolveu para recomeçar. Dívidas foram renegociadas e a equipe reformulada. Em 2007, chegou ao tri no Estadual. Em 2008, foi eleita uma nova diretoria e assumi a presidência. Foi preciso mudar realidades, investir nas categorias de base, ter agenda o ano todo e convocar a torcida até sair somente do Catarinense e chegar a Série D do Brasileiro”, recordou.
Em 2009, continuou ele, o desafio foi de chegar a Série C. “Na época, o orçamento era de R$ 1 milhão no ano. Nesse ano, um empresário emprestou R$ 100 mil para pagar os salários e após deixou como presente pelos bons resultados, já que a Chapecoense conquistou o acesso a Série B”, disse.
As ascensões no futebol garantiram ascensão também na movimentação financeira. Em 2013, já na Série B, o orçamento anual chegou a R$ 12 milhões. Com o avanço a Série A, o orçamento saltou para R$ 33 milhões em 2014, especialmente devido aos direitos de imagem nas transmissões televisivas. No terceiro ano na elite do futebol nacional, o orçamento de 2016 alcança a cifra de R$ 48 milhões, sem dívidas e com um caixa positivo.
A atual gestão pulou de 400 para mais de 8,5 mil sócios. A “empresa” Chapecoense tem 130 funcionários e o modelo de gestão adotada segue o fluxo empresarial, composta pela Direção Executiva e Conselho Deliberativo, que coordenam três departamentos – de Gestão, Futebol e Marketing. A situação é tão ascendente que os salários são pagos quinzenalmente e, em fevereiro de 2016, os colaboradores receberam o 14º salário como bonificação. “Atuamos dentro da realidade, estamos entre os 20 maiores clubes do Brasil, mas ainda temos um dos menores orçamentos entre eles e, por isso, o maior salário de uma atleta nosso é de R$ 90 mil”, destacou.
Além do compromisso voluntário com a Chapecoense, Pallaoro é o atual vice e assume na próxima semana a presidência da Associação Catarinense dos Clubes de Futebol, que hoje reúne 17 clubes.