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Na noite de segunda-feira, 09, o presidente da Associação Empresarial (Acisbs), Ismar Becker, fez uso da tribuna popular da Câmara de Vereadores de São Bento do Sul, para expor três projetos em andamento: o Termo de Concessão de Uso celebrado entre a Fundação de Ensino, Tecnologia e Pesquisa (Fetep) e (Acisbs), as alterações estatutárias e o planejamento estratégico da Fundação. Além do Projeto de Lei de Conversão nº 17, de 2019, proveniente da Medida Provisória nº 881, de 2019, (Liberdade Econômica).
Sobre a Fetep, Ismar disse que a proposta de trabalho é atuar em cinco ações, sendo elas: incrementar receitas; reduzir a dependência de recursos públicos e/ou recebê-los por contrapartida de serviços; atrair novos incubados; gerar uma atmosfera inovadora e empreendedora; e consolidar a base tecnológica em São Bento do Sul. “Estamos iniciando uma adequação após um período crítico, com o objetivo de tornar a entidade autossustentável. Nós entendemos que o desenvolvimento de São Bento, inclusive trazido pelo Pedem (Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico Municipal), passa por outras atividades que não requerem muito espaço, que agreguem trabalho e com uma remuneração melhor” contou. O presidente da Acisbs também destacou que vem sendo feito um trabalho de aglutinação das instituições educacionais, para que todos participem da discussão de temas como Pedem, Centro de Inovação e Lei de Inovação.
Becker ainda falou da MP 881, um documento de grande importância para o desenvolvimento do Brasil. “Uma mudança revolucionária”, conforme sua avaliação, cujo princípio básico é a boa-fé do cidadão. “Através do Núcleo de Contabilidade, realizamos diversas conversas, e conseguimos chegar em um meio termo, com boa flexibilidade por parte da secretaria de finanças” frisou. Ismar conta que de primeiro momento o foco será a abertura de empresas de baixo risco, considerando que 80% das empresas que são criadas por mês no município se enquadram nessa categoria. “É o começo de um trabalho. Em SC desconheço outro município que esteja trabalhando nisso. Acredito que seremos os primeiros a implantar” contou. O empresário reforçou que o objetivo da entidade é trabalhar em conjunto, iniciativa privada e pública.
Fetep – questionado sobre a questão financeira da Fundação, o presidente disse que o que aconteceu foi falta de foco e de governança. “Fizemos a intervenção em um momento em que a entidade estava solvente, tivemos que demitir 60% do quadro. Hoje há caixa disponível, com previsão de entrada de recursos por meio da formalização de convênios diversos e da formatação da parceria com a prefeitura com a proposta de contrapartida de serviços. O objetivo é que a Fetep não dependa de subvenções, ou pelo menos, o mínimo possível” revelou.
MP 881 – Ismar disse que o documento municipal foi elaborado por até mais do que quatro mãos. Todas as estruturas envolvidas foram ouvidas e consideradas. “Embora a MP tenha vigência imediata, nós entendemos a justificativa da prefeitura e em consenso decidimos aguardar pela votação. O que queremos para São Bento é algo possível de ser implementado, criamos uma massa crítica para tocar isso para a frente” frisou.
Hospital – sobre o Hospital e Maternidade Sagrada Família, Becker disse que é constantemente questionado o porquê de a Acisbs estar envolvida no tema. Segundo ele, o hospital é o único da cidade e que se fechar, os associados e seus colaboradores não têm onde se tratar. “O artigo 2 do nosso estatuto prevê que podemos opinar e auxiliar em temas como esse. Atualmente a situação do hospital é relativamente tranquila, pois não possui dívidas mesmo atendendo 74% de SUS”. O presidente conta que o envolvimento da Acisbs veio devido às questões relacionadas à venda da estrutura. “As irmãs da Divina Providência já tinham vendido para um grupo de Lages, só não tinham assinado o contrato. Isso nos preocupou, pois possui o mesmo CNPJ, e que após efetivada a compra iam tentar revender aqui pelo preço que quisessem. Com a atitude que tivemos conseguimos travar a operação” justificou. Becker conta que a fase ainda é bastante complicada, que é a verificação do que pode ser feito. “Temos um grupo de doadores da cidade interessado, que não podemos chamar de investidores, pois quem aplicar o recurso não terá retorno, por se tratar de uma instituição filantrópica. “Não estamos cuidando do hospital por altruísmo, mas sim, por preocupação com a comunidade empresarial. Já temos criado um modelo de gestão baseado em cases como é o caso do hospital São José de Jaraguá do Sul”.