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Xaxim e São Miguel do Oeste, no Extremo Oeste, receberam na última semana audiências públicas sobre a expansão da rede trifásica de energia, promovidas pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Representante de mais de 37 mil empresas distribuídas em toda Santa Catarina, por intermédio de suas 149 Associações Empresariais, a Facisc marcou presença nas audiências com a participação do vice-presidente Elson Otto e do vice-presidente regional Extremo Oeste, Maikel Frey.
A primeira audiência foi realizada em Xaxim, na quinta-feira (11/05), e na sexta-feira (12/05), foi a vez de São Miguel do Oeste.
“A expansão da rede trifásica é uma das demandas apontadas pelo setor empresarial no documento Voz Única. Isso demonstra que necessitamos da ampliação da rede de energia elétrica trifásica na cadeia produtiva. Precisamos dar atenção ao assunto.
Sabemos que a cada 10 reais exportados em Santa Catarina, sete vem do agronegócio e também que somos o quinto estado da união que contribui com a arrecadação para Brasília, mas somos o 24º no retorno dos impostos. Hoje não existem mais empresas de fundo de galpão mas sim empresas que fazem fazem altos investimentos, e nada mais justo recebermos o dinheiro de volta para o desenvolvimento da região”, declarou Elson.
“Ficamos felizes em poder ser atores para também construir esse momento, pois nós, enquanto Facisc, entendemos que precisamos ter estrutura para crescer e se desenvolver. Temos no grande Oeste uma vocação empreendedora incrível porém, além das rodovias, a energia elétrica esteve sempre nas nossas discussões, como temos registrado no documento Voz Única. Desde 2010 esta demanda está na nossa cartilha como uma necessidade da classe produtiva do Grande Oeste. Mas se nos desenvolvermos e conseguirmos produzir não precisaremos tanto de programas sociais, pois o melhor programa social que temos é o emprego, e ele só vem quando conseguimos produzir”, ressaltou Maikel Frey na audiência pública em São Miguel do Oeste.
Na avaliação das autoridades a expansão é fundamental para a manutenção e crescimento da agricultura na região, já que os equipamentos agrícolas consomem uma grande quantidade de energia e os produtores rurais passam por dificuldades para modernizar a atividade no campo. A rede trifásica permite aumentar a potência e número de equipamentos ligados ao mesmo tempo, evitando quedas de energia.
Nos encontros, os participantes cobraram urgência em melhorias na eletricidade na região, sob o risco de inviabilizar novos investimentos na área rural e a permanência do homem no campo.
Propostas pelo presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal (MDB), as audiências colheram sugestões que vão servir na construção de um projeto que atenda a demanda do Grande Oeste catarinense pela energia trifásica.
“Esse é um tema que chega a todos os deputados, com frequência. O agricultor faz investimentos, mas ao ligar os equipamentos, tem uma série de dificuldades”, comentou Nadal. “Vamos elaborar esse projeto e apresentar ao governo, com alternativas que possam resolver essas questões de forma definitiva.”
A primeira audiência foi realizada na noite de quinta-feira (11), em Xaxim. As próximas serão em Joaçaba e Curitibanos, em datas a serem definidas.
Manifestações
Autoridades de mais de 20 municípios do Extremo Oeste acompanharam a audiência. Nos discursos, alertaram que a falta de eletricidade de qualidade, em especial no meio rural, compromete a economia da região.
Os participantes da audiência também destacaram que a região é carente de investimentos da Celesc.
18 milhões em investimentos
Em São Miguel do Oeste o diretor de Distribuição da Celesc, Claudio Varella do Nascimento, afirmou que as regionais de São Miguel do Oeste, Chapecó e Concórdia receberão neste ano quase R$ 18 milhões de investimentos em rede trifásica, parte de um programa da empresa, que prevê a implantação de 500 quilômetros de rede trifásica em todo o estado.
“Quase 50% do orçamento destinado para o programa serão investidos nessas três regionais”, afirmou o diretor. “A Celesc sabe da importância do meio rural. Mais de 30% do seu faturamento vem do agronegócio, que precisa de energia elétrica de qualidade.”
Na regional de São Miguel do Oeste, serão investidos R$ 7,5 milhões nos municípios de Cunhataí, Guaraciaba, Iporã, Itapiranga, Santa Terezinha do Progresso, Mondaí e São João do Oeste. Segundo Nascimento, outras cidades serão beneficiadas em etapas futuras do programa. “Esses 500 quilômetros representam um primeiro passo”, afirmou.
Fonte: Agência Alesc