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Conhecer o cliente é essencial para qualquer empresa. Nessa sexta-feira (24), na Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC), foi promovida a palestra “Gestão de crédito e cobrança” com o empresário, contador, administrador, especialista em bancos de dados e sistemas de análise de crédito e gestor comercial da Central de Cartórios de Santa Catarina, Sérgio Acy Kollet.
Kollet apresentou tópicos de como analisar as informações da pessoa física ou jurídica para avaliar o crédito corretamente. Também compartilhou o que aprendeu ao longo da vida sobre deferimento de crédito. “Para venda a prazo, é necessário estabelecer um roteiro e checar os passos da análise de crédito até a cobrança, que por natureza tem sensibilidade de trato entre os envolvidos e comprometidos”, explicou.
O palestrante destacou dicas para a venda a prazo para empresas. “É preciso obter autorização para buscar informações de crédito e solicitar referências de três fornecedores com os quais a empresa já faz compras a prazo há mais de um ano.” Além disso, enfatizou a necessidade de uma análise detalhada tanto da empresa quanto de seus proprietários. Considerar o faturamento dos últimos 12 meses ou mais, dependendo da negociação, e solicitar o balanço atualizado e a declaração de imposto de renda também são práticas recomendadas pelo especialista. Sugeriu ainda firmar um contrato de fornecimento de serviços ou mercadorias, com os proprietários atuando como avalistas das vendas futuras.
Para a venda a prazo para pessoas físicas, Kollet frisou que a análise da compra deve ser baseada em documentos seguros, como declaração de imposto de renda, contratos e avalistas, sendo necessária uma maior quantidade de informações quanto maior for o valor da compra. “É fundamental obter o endereço e telefones dos parentes, referências pessoais e informações sobre outros locais onde a pessoa já comprou a prazo. Também como aval de operações de empresas, todos os proprietários devem ser avalistas dos contratos de compra e venda, aplicando o mesmo princípio para mercadorias e serviços”, recomendou o palestrante.
Quanto a atrasos, o gestor apontou que empresas com negócios diferentes, têm prazos diferentes, por suas características. “Na hora de cobrar, é necessário um preparo dos envolvidos e definição de uma lista de ações. Quando for questionar sempre de forma cordial e amistosa, se o que foi vendido está de acordo com a compra, ou serviço ficou de acordo com o combinado, mandar e-mail e whatsapp como lembrança – sempre com ‘Sr. e Sra.’ e iniciar a cobrança por telefone de acordo com a cada negócio. Cordialidade total.”
A decisão entre registrar dívidas ou protestar depende da política de cobrança da empresa. O registro envolve um ciclo de cerca de 15 dias, incluindo o envio de uma carta de cobrança e um prazo de 10 dias para o devedor regularizar a situação.
Segundo o palestrante, o envio de dívidas a protesto envolve uma série de ações: um intimador tenta encontrar o devedor duas vezes, concedendo um prazo de três dias para pagamento. Se não for encontrado, um edital de intimação é afixado no cartório. Se o devedor não tomar conhecimento, a dívida é protestada e a informação é enviada para Boa Vista Serviços, Serasa e SPC Brasil.
“Na Central do Cartório de Protesto de Santa Catarina nossa missão é informar. Cuidamos e atendemos todo o estado, contando com 15 mil clientes que utilizam nossos serviços via convênios, inclusive diretos aqui na ACIC que possui soluções empresariais para auxiliar nas cobranças. No cartório, a dívida protestada permanece em aberto indefinidamente até ser paga. Quem vai pagar a despesa de cartório é o devedor quando pagar o principal valor”, finalizou Kollet.