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O Núcleo de Fabricantes de Toalhas, vinculado à Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (ACIBr), realizou na tarde desta terça-feira, 13 de julho, um bate-papo virtual com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), Fernando Pimentel. Durante quase duas horas de encontro, foram apresentados dados sobre o panorama nacional e as perspectivas econômicas de retomada do setor em um mundo ainda em pandemia.
Para a presidente da ACIBr, Rita Cassia Conti, as pesquisas apontam para um segundo semestre de expressiva recuperação, com aumento da produção e da venda interna, além da geração de novos postos de trabalho no país. “Em maio desde ano, a produção industrial têxtil de Santa Catarina superou a do estado de São Paulo. Vivemos em uma região produtora de moda, que mostra a sua força através da indústria e que agora se posiciona com mais representatividade no Brasil”, enaltece Rita.
Segundo ela, o encontro com o presidente da ABIT foi proveitoso, não apenas pelo conhecimento compartilhado, mas sobretudo pela possibilidade de estreitar laços entre duas entidades com bandeiras comuns. “É o caso da defesa de mercado. Antes da pandemia, participamos de uma reunião organizada pela ABIT, com a Frente Parlamentar Nacional da Indústria Têxtil, em Brasília. O setor do vestuário, de confecção ou têxtil, depende de mão-de-obra. Por isso se torna mais barato confeccionar em outros países e trazer grandes volumes de importação com preço reduzido. A medida, no entanto, afeta a indústria nacional, que segue toda uma regulação, com ênfase na trabalhista”, detalha a presidente da ACIBr.
O coordenador do Núcleo de Fabricantes de Toalhas, Taciano Petterman, destaca que o bate-papo cumpriu seu propósito, ao trazer informações atualizadas sobre a agenda nacional, cuja repercussão é sentida de forma imediata nas empresas. “Hoje, o NFTEX é formado por 21 empresas que representam 1/3 da produção nacional de felpudos, com a fabricação de 400 mil toalhas mensais, o que corresponde a três mil empregos diretos e mais nove mil empregos indiretos. Nossas tinturarias têm o menor uso de água por quilo de algodão, toda a cadeia está equipada com as melhores tecnologias do mundo, sendo o setor responsável por 42% do valor agregado de Brusque, 60% de Botuverá e 62% de Guabiruba”, observa o coordenador.
Reconhecimento
Durante a explanação, o presidente da ABIT, Fernando Pimentel, reconheceu a importância do setor têxtil de Santa Catarina, que assumiu a liderança industrial no Brasil, e elogiou a iniciativa do NFTEX, com o lançamento da marca coletiva “Vale das Toalhas”. “Com sustentabilidade e qualidade do produto, vocês se tornarão referência nacional e mundial. É importante que os princípios estejam bem definidos para a construção de uma narrativa concreta e verdadeira, que fortaleça esta identidade e favoreça cada um dos integrantes do núcleo produtor”, sugeriu o presidente da ABIT.
Durante o encontro, Fernando Pimentel lembrou do início de 2020, quando as perspectivas econômicas eram favoráveis, até a chegada da Covid-19, no mês de março. “O nosso trabalho junto ao Governo Federal foi de buscar alternativas para mitigar o problema. Veio a Lei do Bem, com a proteção do emprego através da redução de jornada e de salário, com complementação governamental. Veio o Auxílio Emergencial, o deferimento de pagamento de impostos e os programas de crédito, como o Pronampe. Fomos surpreendidos com a recuperação no segundo semestre, com o incremento de R$ 293 bilhões na economia, dos quais, conforme a Confederação Nacional do Comércio, cerca de R$ 112 bilhões foram destinados ao consumo de bens. Passamos por algum estresse na cadeia de fornecimento e vimos o aumento dos custos pelo “boom das commodities”, que ainda não se arrefeceu”, recorda Pimentel.
De acordo com o presidente da ABIT, para que o cenário continue positivo, existem algumas interrogações. Uma delas é que o processo de vacinação dos brasileiros continue e que a nova cepa, chamada de Delta, não traga uma nova onda e, por consequência, mais restrições ou fechamentos. “Temos ainda um desafio de ordem política, principalmente depois das prévias dos partidos, quando a discussão eleitoral ganha corpo e, no âmbito do Congresso Nacional, tende a dificultar o andamento de reformas estruturantes que diminuam o Custo Brasil”, afirma Pimentel.