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No 1º trimestre do ano, Santa Catarina vendeu internacionalmente US$ 2,6 bilhões em produtos. O resultado foi impulsionado, em grande medida, pela agropecuária e pela recuperação da produção de setores importantes no estado, como o de madeira e móveis e a fabricação de motores elétricos. Segundo o diretor de Relações Internacionais da Facisc, Evaldo Niehues Junior, o crescimento das exportações para os EUA foi fator fundamental para o resultado do 1º trimestre. “São exportados produtos que vão desde do setor automotivo ao setor moveleiro. Isso mostra a diversidade que a indústria catarinense possui e sua relevância no cenário econômico mundial”.
Segundo dados levantados e analisados pelo Centro de Inteligência e Estratégia da Facisc, Santa Catarina registrou o maior montante exportado de soja para um 1º trimestre, US$ 111,6 milhões. Além do crescimento dos embarques para a China, o estado ampliou as vendas para países como o Irã, Vietnã e Egito. “Apesar da produção menor que em 2023, as colheitas antecipadas da soja movimentaram as exportações do agronegócio catarinense”, explica.
Ligado ao agronegócio, o estado também foi destaque no fornecimento de máquinas agrícolas e de equipamentos de avicultura para países da América do Sul.
Já o setor de equipamentos elétricos vem recuperando o montante exportado de seu principal produto da pauta, os motores elétricos, com US$ 155,2 milhões vendidos no trimestre. Além da retomada das vendas para os EUA, houve também crescimento de 127% para a Argentina e de 278% para a Itália, ante o 1º trimestre de 2023.
Recentemente, o crescimento da procura e das vendas de casas nos EUA vêm impulsionando a recuperação do setor madeireiro catarinense, refletindo no crescimento das exportações de carpintaria para construção, madeira serrada e móveis. Destaque ainda para a diversificação de parceiros de madeira serrada, pelo qual Santa Catarina ampliou as vendas para o México, China, Arábia Saudita e Irã.
O resultado do trimestre representou queda de 4% na análise interanual, devido, em parte, à alta base de comparação com 2023, período recorde da colheita de grãos no estado. Além disso, houve queda no preço internacional da carne de aves, principal produto exportado pelo estado, o que contribuiu para a queda no montante exportado.
Segundo a Facisc, o resultado é avaliado como positivo. “Foi o segundo maior montante para um 1º trimestre de toda a série histórica, atrás apenas de 2023. Além disso, representa a recuperação das vendas para os EUA e o crescimento das exportações para o Oriente Médio e economias importantes da Ásia, como Japão, Coreia do Sul e Filipinas.
Importações
Nas importações, Santa Catarina comprou internacionalmente montante recorde para um 1º trimestre, US$ 7,6 bilhões, aumento de 7,8% em relação ao mesmo período em 2023.
O resultado mostra a recuperação gradual da indústria catarinense, diante do cenário de melhora das condições de crédito para as empresas. Os efeitos da política de redução nas taxas de juros vêm se mostrando mais presentes em 2024, o que estimula tanto os investimentos de bens de capital nas empresas, como também as compras de bens duráveis por parte da população.
No trimestre, houve aumento de mais de 40% das importações de eletrodomésticos de cozinha e refrigeradores e de 112% em máquinas de lavar roupa.
Nas empresas, o setor automotivo, por exemplo, ampliou as compras de insumos, como pneus de borracha e partes e acessórios para veículos.
Além disso, o aumento das exportações e do fornecimento doméstico de máquinas agrícolas incentivou também a compra de peças e amortecedores de suspensão para tratores.
A melhora da disponibilidade de crédito para a população vem estimulando também o setor da construção. Na análise interanual do 1º bimestre, houve aumento de 42% na concessão de crédito para aquisição de bens.
Esse cenário vem estimulando a atividade de construção de edifícios e, consequentemente, as importações de insumos do setor de metalurgia e metalmecânica.
Destaque também para as importações de insumos dos setores de têxtil e confecção, que vem incentivando a contratação no mercado de trabalho formal nas etapas finais da produção. Houve aumento de fios e tecidos sintéticos e artificiais, principalmente oriundos da China, Índia e Taiwan.