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No Brasil, por lei, empresas que tenham mais de 100 profissionais em seu quadro de trabalho devem reservar um percentual das vagas de emprego para pessoas com deficiência (PcD). No entanto, na prática, a realidade é outra. Não no que diz respeito à oferta, mas pela não ocupação dos postos de trabalho por parte deste público especificamente.
A legislação diz que as proporções para empregar pessoas com deficiência variam de acordo com a quantidade de funcionários e podem ser de 2% a 5% das vagas para esse grupo. Em são Lourenço do Oeste há várias empresas que se enquadram na legislação. Entretanto, elas também integram as estatísticas das que não conseguem preencher essas vagas por falta de público interessado.
De acordo com a psicóloga e especialista em gestão de pessoas, Juliane Moretto, a contratação de pessoas com deficiência no Brasil enfrenta uma série de desafios e dificuldades. Alguns dos principais obstáculos incluem: falta de acesso à educação de qualidade; preconceito e estereótipos; acessibilidade e adaptações no ambiente de trabalho; custo das adaptações; e falta de diálogo entre empresas e pessoas com deficiência.
Juliane frisa que a lei de cotas é muito clara e existe para garantir a inclusão de pessoas com deficiência ou em reabilitação no mercado de trabalho. “Precisamos entender que a deficiência pode ser física, auditiva, visual, mental ou múltipla, seja ela visível ou não no ambiente de trabalho”. A condição de pessoa com deficiência pode ser comprovada por meio de laudo médico Certificado de Reabilitação Profissional (CRP) emitido pelo INSS.
Embora observe que a falta de programas de incentivo e suporte também pode dificultar a contratação efetiva destes profissionais, a especialista em gestão de pessoas observa que as empresas lourencianas têm vagas que são anunciadas e disponibilizadas nos canais oficiais das próprias organizações e também tem a disponibilidade da Agência do trabalhador (SINE). Junto a isso, ela cita as associações ligadas ao setor empresarial, a exemplo da Associação Empresarial e Cultural de São Lourenço do Oeste (Acislo), que fazem este meio de campo, entre as oportunidades e o candidato. “A grande dificuldade em ter o quadro de cotas completos é o mesmo de outros municípios e estados brasileiros. “É a falta de trabalhadores disponíveis e preparados para assumir determinadas funções. Entendemos, enquanto profissionais de RH, que o esforço para se obter sucesso nestas contratações deve ser conjunto, empresa e empregado ambos avaliando o cenário e propondo melhorias para que o resultado do trabalho seja efetivo”.
Juliane deixa claro que essas são apenas algumas das dificuldades enfrentadas na contratação de pessoas com deficiência. Segundo ela, é necessário um esforço conjunto entre empresas, governo e sociedade para superar esses desafios e promover uma inclusão mais efetiva dessas pessoas no mercado de trabalho.
Fonte: Assessoria de Comunicação Acislo