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Em encontro com líderes do Sistema CACB, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, defendeu a necessidade da reforma tributária para melhorar a competitividade e afirmou que o passo seguinte deve ser a luta pela desoneração da folha.
“Passada a reforma tributária, o caminho deve ser a desoneração da folha. O grande desafio hoje, no mundo, é o emprego e a renda e é preciso estimular que emprega no nosso país”, defendeu.
Sobre a reforma tributária, ele reconheceu sua necessidade para que a economia cresça e disse que a ideia é simplificar o sistema tributário e desonerar investimentos. “A medida pode, em 15 anos, elevar o PIB em 12%”, pontuou.
Alckmin tratou a burocratização e o chamado “Custo Brasil” como gargalos, pontos que, segundo ele, precisam ser resolvidos para que o país se desenvolva. “Precisamos das reformas, de melhorar a logística do nosso país, reduzir os juros, desburocratizar processos e estimular que micro e pequenas empresas ingressem no comércio exterior”, pontuou.
O vice-presidente também falou sobre a criação do Fórum Nacional de Comércio e Serviços, que terá como objetivo a elaboração de políticas de desenvolvimento dos setores, com bases sustentáveis e tecnológicas no Brasil e o fortalecimento do diálogo e da cooperação entre o governo federal e as entidades representativas desses segmentos. “Precisamos ouvi-los para errar menos naquilo que estamos fazendo, e a CACB já está convidada desde já para integrar o Fórum”, afirmou.
Em agradecimento à vinda de Alckmin, o presidente da CACB, Alfredo Cotait Neto, entregou ao VP uma placa de homenagem. “Uma retribuição pela disponibilidade de tempo para ouvir o que os representantes das Associações Comerciais do Brasil têm a dizer”, destacou Cotait.
O encontro com Alckmin aconteceu nesta segunda-feira (13), na sede da Confederação, em Brasília, durante a 1ª Reunião Extraordinária do Conselho Deliberativo da CACB, que além de receber o vice-presidente, também tratou de outros temas, entre eles, o trabalho da CACB em 2024. “Queremos que o ano que vem seja ainda mais produtivo pra CACB, impondo ações efetivas que evidenciem o nosso protagonismo, mas tudo com o apoio de todos vocês”, disse Cotait.
Anderson Trautman Cardoso, que é vice-presidente e coordenador do Comitê Jurídico da Confederação, deu destaque à atuação da entidade nas discussões da reforma tributária, tanto na Câmara, quanto no Senado. “Tivemos uma atuação muito forte e conseguimos influenciar algumas modificações no texto. No entanto, a reforma que foi aprovada no Senado ainda nos preocupa. Em síntese, estamos tratando apenas a tributação sobre consumo. Vem ainda pela frente a mudança da tributação sobre a renda”, afirmou.
A preocupação, segundo ele, está nos riscos de aumento de carga. “Não fosse o trabalho da CACB, teríamos um texto pior. Mas esse, ainda não é o ideal. Temos muito a trabalhar”, completou Anderson.
A presidente do Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), Ana Claudia Badra Cotait, anunciou a marca de 602 conselhos criados no país. “Fico muito feliz e orgulhosa da história que estamos construindo. O CMEC está se alastrando pelo Brasil e a nossa intenção é ajudar a levar o associativismo cada vez mais longe”, disse.
Ana também comentou a realização do Liberdade para Empreender, que acontece em São Paulo no dia 28 de novembro, e o WE Forum, que em março de 2024 traz a Brasília líderes empresariais do mundo inteiro para discutir o empreendedorismo feminino.
Palavra aos presidentes
O encontro também deu oportunidade para que cada presidente presente pudesse falar sobre os assuntos com os quais a CACB tem se envolvido. Além da reforma tributária, assunto predominante, também foram citados a atuação da Confederação junto aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; fortalecimento do sistema; sustentabilidade das entidades da rede; entre outros.
Presente no encontro, o presidente da Facisc, Sérgio Rodrigues Alves ressaltou que a CACB vem desempenhando um papel importantíssimo para a representatividade das Federações e Associações perante as lideranças federais. “Nessa conversa com o vice-presidente Geraldo Alckmin reforçamos quatro pedidos importantes para serem observados. Primeiro, a manutenção da desoneração da folha de pagamento, muito importante para a geração de emprego e para a competitividade e a redução de custos das empresas. Segundo, a importância de se manter as conquistas que tivemos em reformas anteriores, a exemplo da Reforma previdenciária, para não perdermos o que foi conquistado e terceiro, em relação à reforma tributária, mostrando a nossa preocupação, a nossa apreensão em relação ao texto que saiu do Senado foi para a Câmara dos deputados e que nos preocupa em alguns itens, alguns pontos, principalmente porque o propósito da reforma tributária é a redução da carga tributária e a simplificação e é algo que, em função dos regimes de exceção e outros detalhes nos preocupam muito. Isto afeta, talvez até a nossa competitividade em nível Internacional por causa do custo Brasil. E o quarto item, a importância de nós termos uma reforma administrativa para revermos os gastos. Na esfera federal e estadual, é preciso rever os gastos públicos, porque à medida que vão aumentando esses gastos, há a necessidade de arrecadarmos mais e, consequentemente, termos aumento de impostos”, declarou Sérgio Rodrigues Alves sobre o encontro.