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As expectativas são positivas para que o Brasil volte a registrar crescimento a partir de 2017. A avaliação é da economista do Banco Bradesco, Ellen Steter, durante palestra sobre cenários para o País, ao salientar que o nível de confiança vem sendo retomado gradativamente.
Para a especialista, o Brasil está conseguindo sair do “fundo do poço” e os indicadores mostram que a economia parou de cair e com melhor nível de confiança poderá voltar a crescer no ano que vem. Na avaliação feita pela equipe do Bradesco, salientou Ellen Steter, a projeção é de que o Produto Interno Bruto (PIB) ainda mantenha queda este ano em 3% e cresça 1,5% em 2017.
“Há sinais mais positivos que esta recuperação virá no ano que vem, mas como a economia não é uma ciência exata é possível ainda que alguma dificuldade persista”, disse ela a uma plateia que lotou a sala de reuniões do Centro Empresarial de Jaraguá do Sul.
Um dos dados positivos apontados pela economista é relacionado aos postos de trabalho, citando levantamento do CAGED, com a criação de 700 mil vagas no que vem. “Não é uma recuperação plena do nível de emprego, mas pelo menos haverá uma estabilização e isto ajudará a economia porque com emprego haverá consumo. Segundo ela, também há uma tendência de queda na taxa básica de juros, o que representa maior circulação de dinheiro no mercado.
Para a especialista, o governo precisa demonstrar uma disposição cada vez maior de controle dos gastos públicos, mas um aumento de impostos não pode ser descartado como forma de equilibrar o déficit de receita. O cenário internacional, refletido nas decisões da comunidade econômica europeia e nas eleições norte-americanas também são fatores a serem levados em conta, pois na visão da analista podem resultar em novos investimentos estrangeiros no Brasil se a economia se estabilizar e o país ofereça oportunidades.
O presidente da ACIJS, Giuliano Donini, disse que embora as análises sempre representem premissas a se consolidarem, as perspectivas de retomada do crescimento sempre são favoráveis mesmo que os caminhos apontem que este desempenho parte de uma base que não vem sendo positiva. “Esta situação que vivemos no país vai continuar exigindo um nível de qualidade na gestão das empresas para que possamos atravessar um período de dificuldades. Se o mar ainda está revolto, aparentemente deixamos de nadar contra a maré”, exemplifica o empresário.
Segundo Donini, é preciso manter o nível de resistência e principalmente de resiliência até que a economia faça uma travessia. “As projeções indicam ainda a manutenção de índices de desemprego este ano, com possibilidade de melhora dos indicadores em 2017 e então a partir daí quem sabe com uma perspectiva de retomada de consumo e com isso movimentando a indústria, o que é um alento para todos”, avalia.